Procurar

Universidades em Cabo Verde deixam "muito a desejar"

O escritor Germano Almeida considerou hoje que as universidades em Cabo Verde "estão a deixar muito a desejar", e entendeu que o país deveria apostar em uma ou duas instituições de referência para atrair estudantes dos PALOP.

Universidades em Cabo Verde deixam "muito a desejar"

© Global Imagens

Lusa
23/11/2018 09:22 ‧ há 6 anos por Lusa

"Acho que, ao nível de universidades, exageramos. Não faz sentido um país como Cabo Verde ter tantas universidades. Por isso é que não temos nenhuma de referência. A nós importava ter uma ou duas universidades que fossem referência, sobretudo nos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], para atrair estudantes dessas regiões. E as nossas universidades que foram permitidas em Cabo Verde estão a deixar muito a desejar", analisou Germano Almeida.

Cabo Verde conta neste momento com nove estabelecimentos de ensino superior, que têm sido muitas vezes criticados, sobretudo quanto à qualidade dos formandos.

Na semana passada, a bastonária da Ordem dos Advogados de Cabo Verde (OACV), Sofia Lima, alertou para a deficiente formação técnica e ética dos advogados no país, aconselhou as escolas a se atualizarem e pediu meios de fiscalização da qualidade ao Governo.

Em entrevista à agência Lusa, o Prémio Camões em 2018 disse que não ouviu as declarações da bastonária, pelo que não entrou em muitos pormenores, mas reconheceu também que há muitos licenciados que dominam mal a língua portuguesa.

"Penso que a necessidade de dominarmos a língua portuguesa é geral, não pode ser só dos advogados. Temos de exigir às pessoas com formação superior que dominem os instrumentos de trabalho com rigor", disse o escritor, que é advogado de profissão.

Outra área para que as universidades têm sido alertadas é a imprensa: mesmo com um mercado exíguo, jornais a fechar e jornalistas no desemprego, há cinco cursos de comunicação social, que todos os anos lançam muitos jovens no mercado.

Em entrevistas à Lusa no ano passado, o atual ministro que tutela a comunicação social, Abraão Vicente, e o então presidente da Associação dos Jornalistas Cabo-verdianos (AJOC), Carlos Lima, mostram-se preocupados com este cenário e consideraram que as universidades devem repensar a sua estratégia para os cursos de comunicação social.

"Temos de repensar essa questão. Concentrar na qualidade e não estar a abrir cursos sem nenhum estudo, sem perspetivas de mercado, levando as famílias a fazer investimento que depois não terão retorno porque a pessoa não consegue empregar-se", disse Carla Lima.

"Acho que as universidades têm de repensar a sua estratégia, não só do curso da comunicação social", considerou Abraão Vicente, dizendo que o Governo tem de se sentar à mesa com as universidades, para ver se deve haver um limite e um período de carência para alguns cursos, para não criar "expectativas erradas" nos jovens.

 

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com

Recomendados para si

Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

IMPLICA EM ACEITAÇÃO DOS TERMOS & CONDIÇÕES E POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Mais lidas

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10