Príncipe saudita faz primeira viagem ao estrangeiro após caso Khashoggi
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, iniciou hoje nos Emirados Árabes Unidos a primeira deslocação ao estrangeiro depois do assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, em 02 de outubro, no consulado do seu país em Istambul.
© Reuters
Mundo Arábia Saudita
À sua chegada ao aeroporto de Abu Dhabi, a capital dos Emirados, foi acolhido com 21 tiros de canhão, segundo a agência noticiosa oficial WAM.
Os Emirados são um aliado dos sauditas, com quem apoia militarmente o Governo iemenita face à rebelião xiita.
O príncipe herdeiro do Abu Dhabi, Mohamed bin Zayed Al Nahyane, e numerosos outros dirigentes dos Emirados também estavam presentes à sua saída do avião.
Em Riade, o Governo anunciou a partida de Bin Salman para uma viagem efetuada por "instrução" do seu pai, o rei Salman, sem especificar o país que ia visitar.
O rei está "desejoso de reforçar as relações do reino aos níveis regional e internacional" e continuar "a cooperação e os contactos com os países irmãos no conjunto dos domínios", segundo um comunicado do Executivo de Riade.
Bin Salman é esperado na Tunísia na terça-feira, segundo uma fonte da Presidência do país norte-africano.
Na Turquia, o porta-voz da Presidência indicou hoje que o chefe de Estado, Recep Tayyip Erdogan, e Mohammed bin Salman poderiam encontrar-se na próxima semana à margem da cimeira dos dirigentes do grupo das 20 principais economias no mundo, na Argentina.
Este seria o primeiro encontro entre os dois homens depois do assassínio de Khashoggi, um crítico das autoridades sauditas.
O seu assassínio prejudicou a imagem do reino saudita, designadamente do príncipe herdeiro, acusado pela comunicação social e dirigentes turcos anónimos de ter ordenado a morte do jornalista.
Se Erdogan nunca pôs abertamente em causa o príncipe herdeiro, já afirmou que a ordem de matar o jornalista veio dos "mais altos níveis" do Estado saudita, mas afastando a responsabilidade do pai do príncipe herdeiro, o rei Salman.
Segundo meios norte-americanos, a Agência Central de Informações (CIA, na sigla em inglês) não tem qualquer dúvida sobre a responsabilidade de Mohammed bin Salman no assassínio.
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