Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 14º MÁX 21º

Milhares de ativistas online ajudam Amnistia a investigar ofensiva a Raqa

A Amnistia Internacional anunciou hoje que contará com a ajuda de milhares de ativistas 'online' para acelerar a investigação à ofensiva liderada pelos Estados Unidos que expulsou de Raqa o grupo 'jihadista' Estado Islâmico, mas destruiu a cidade síria.

Milhares de ativistas online ajudam Amnistia a investigar ofensiva a Raqa
Notícias ao Minuto

17:52 - 21/11/18 por Lusa

Mundo Síria

A organização de defesa dos direitos humanos com sede em Londres indicou que esta nova fase da sua investigação permitirá que milhares de ativistas 'online' usem imagens de satélite da cidade síria para mapear a destruição ocorrida ao longo da campanha de quatro meses que terminou em outubro de 2017.

A ONU estima que mais de 10.000 edifícios ficaram em ruínas, o que corresponde a 80% da cidade.

A campanha da Amnistia Internacional (AI) "Strike Tracker", em parceria com a Airwars, ajudará a esclarecer quando e onde os ataques aéreos e de artilharia da coligação internacional sob comando norte-americano atingiram edifícios.

A AI espera sensibilizar a coligação que combate o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) a assumir maior responsabilidade e realizar a sua própria investigação sobre as mortes de centenas de civis.

Um porta-voz da coligação, o coronel Sean Ryan, afirma que esta atuou no sentido de evitar baixas civis em Raqa, mas "está sempre disposta a reavaliar [a sua atuação] se forem apresentadas novas provas".

Segundo a Amnistia, a dimensão da devastação em Raqa é "demasiado grande" para as suas equipas a avaliarem sozinhas.

Ao aceitar a colaboração de milhares de ativistas para o projeto de um mês, a AI indicou que poupará anos de trabalho a uma pequena equipa de investigadores que está a processar uma infindável quantidade de informação.

"A 'Strike Tracker' pede a pessoas de todo o mundo que se juntem a nós para analisar um edifício de cada vez e descobrir quando é que ele foi destruído num ataque", disse Milena Marin, conselheira principal da equipa de Resposta a Crises da organização de direitos humanos.

Os dados terão, a seguir, de ser corroborados por outras provas, como vídeos e relatórios sobre ataques e vítimas.

"Esperamos traçar um retrato abrangente do que aconteceu no ano passado e com provas para, mais uma vez, instar a coligação a admitir responsabilidade nas suas operações", sublinhou.

Numa fase inicial da investigação da Amnistia em Raqa, o grupo no terreno forneceu novas provas que obrigaram a coligação a reconhecer a morte de 77 civis.

No total, a coligação admitiu a morte de 104 civis na intensiva campanha.

"Com cadáveres ainda a serem retirados dos escombros e de valas comuns mais de um ano depois, isto é apenas a ponta do icebergue", comentou Marin.

Cerca de 2.500 corpos já foram encontrados nos escombros e em valas comuns, e as investigações ainda estão em curso, suspeitando a Amnistia de que centenas de civis foram mortos em quatro meses de ofensiva.

A organização de direitos humanos espera divulgar os resultados da investigação no início do próximo ano.

Raqa era a capital do autoproclamado califado do grupo jihadista do Estado Islâmico, que chegou a ocupar um terço da Síria e do Iraque.

Nos últimos anos, o EI foi expulso de quase todos os territórios que controlava e agora tem apenas algumas pequenas e remotas parcelas de território na Síria.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório