Republicano critica Trump por fazer relações públicas para sauditas
Um senador republicano dos Estados Unidos da América criticou o Presidente norte-americano por exonerar o príncipe herdeiro da Arábia Saudita de responsabilidades pelo assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, considerando que tinha desempenhado o papel de "uma agência de relações públicas".
© Reuters
Mundo Khashoggi
Donald Trump assegurou na terça-feira que a agência central de informações (CIA, na sigla em inglês) "não tinha encontrado nada de absolutamente certo" para incriminar Mohammed bin Salman, com a alcunha de MBS, no assassínio do jornalista, enquanto, segundo a imprensa, o inquérito da CIA concluiu que o príncipe herdeiro tinha ordenado o crime.
Trump também afirmou, em comunicado, que os EUA entendiam que deviam "permanecer um parceiro inabalável da Arábia Saudita".
Na rede social Twitter, o congressista republicano Bob Corker, que dirige a comissão senatorial dos Negócios Estrangeiros, escreveu: "Nunca pensei ver o dia em que a Casa Branca se assemelhasse a uma agência de relações públicas do príncipe herdeiro saudita".
Outros senadores republicanos como Rand Paul, Jeff Flake e Lindsey Graham também criticaram o alinhamento de Trump pela defesa escolhida pelo reino saudita.
O Presidente norte-americano, eleito pelo Partido Republicano, admitiu a hipótese de o príncipe herdeiro saudita ter tido conhecimento do assassínio de Khashoggi, garantindo, porém, que isso não ameaçará a relação "inabalável" entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita.
"Podia ser que o príncipe herdeiro [Mohammed bin Salman] tivesse conhecimento deste acontecimento trágico. Talvez tenha tido ou talvez não!", indicou Trump, num comunicado hoje divulgado.
"Talvez nunca iremos conhecer todos os factos relacionados com a morte de Jamal Khashoggi. Em qualquer dos casos, a nossa relação é com o reino da Arábia Saudita. Os Estados Unidos pretendem permanecer um parceiro inabalável da Arábia Saudita", frisou o chefe de Estado norte-americano.
Na mesma nota informativa, Trump enumerou as razões que sustentam a aliança estratégica entre Washington e Riade: a luta contra o inimigo comum iraniano, o combate contra o "terrorismo islâmico radical", a compra de armas norte-americanas e a estabilidade dos preços do petróleo (o reino saudita é o maior exportador de crude do mundo).
No texto, Trump assegurou que os Estados Unidos não vão punir, neste momento, o príncipe herdeiro saudita ou suspender a venda de armamento à Arábia Saudita.
Sobre este último assunto, Trump frisou que o cancelamento da venda de armamento a Riade, contratos avaliados em muitos milhões de dólares, apenas beneficiaria, por exemplo, a China e a Rússia.
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