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Ações das autoridades dos EUA provocam abandono escolar de migrantes

As ações das autoridades norte-americanas provocam o abandono escolar entre os estudantes imigrantes e a deportação é uma grande barreira para a continuidade dos estudos destas crianças, segundo a UNESCO.

Ações das autoridades dos EUA provocam abandono escolar de migrantes
Notícias ao Minuto

11:27 - 20/11/18 por Lusa

Mundo UNESCO

"A deportação é uma grande barreira para os imigrantes no que se refere à educação. Isso é ainda mais exacerbado pela perspetiva de buscas nas escolas de agentes federais de imigração e alfândega e pela recolha de informações sobre imigração pelas escolas", segundo o Relatório de Monitorização da Educação Global (GEM, na sigla em inglês) 2019, lançado hoje em Berlim pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

No início de 2017, o absentismo dentro do distrito escolar de Las Cruces, no Novo México, aumentou em 60% após uma busca da autoridades imigratórias norte-americanas, de acordo com o documento.

Segundo o relatório, em abril de 2018, 20% dos estudantes hispânicos no condado de Hamblen, Tennessee, deixaram a escola após outra busca das autoridades.

Dois terços dos imigrantes não autorizados nos Estados Unidos vivem lá há pelo menos uma década e 7,0% de todas as crianças do país são filhos de imigrantes não autorizados.

O México é o país de onde provém o maior número de migrantes para os Estados Unidos em termos absolutos, com 12,7 milhões de migrantes em 2017.

Apesar do elevado número de imigrantes não autorizados, as políticas de imigração do Governo dos Estados Unidos são prejudiciais para a educação daqueles com estatuto indocumentado.

Entre 2013 e 2017, em média cerca de 50.000 crianças foram paradas na fronteira dos Estados todos os anos. Profissionais de saúde pediátrica e mental que visitaram centros de detenção familiar relataram que os serviços de educação eram inadequados. No entanto, o relatório também reconheceu alguns progressos na proteção da educação dos imigrantes.

O programa Ação Diferida para Chegadas de Crianças (DACA, na sigla em inglês) introduzido em 2012 -- que o Presidente norte-americano Donald Trump tentou encerrar em 2017, mas foi impedido pela justiça -- garante proteção contra a deportação e elegibilidade para uma permissão de trabalho para jovens indocumentados que chegaram quando crianças. Cerca de 700.000 jovens elegíveis candidataram-se até maio de 2018 no DACA, e destes quase 80% eram mexicanos.

Houve um aumento das taxas de graduação secundária em cerca de 15%. Os efeitos no atendimento pós-secundário e na sua conclusão foram mais subtis.

As faculdades comunitárias, onde os cursos flexíveis podem acomodar estudantes que trabalham, testemunharam os efeitos mais positivos.

Todos os Estados, exceto Alabama, Geórgia e Carolina do Sul, permitem que estudantes indocumentados se matriculem no ensino superior.

No entanto, muitas faculdades e universidades públicas cobram mensalidades dos imigrantes não autorizados como se não fossem moradores da área, mesmo que sejam residentes de longa data.

A migração da América Latina para os Estados Unidos trouxe alguns benefícios para países de origem. Novas estimativas no relatório mostram que as remessas aumentaram os gastos com educação das famílias em mais de 50% na América Latina. Também filhos de emigrantes de toda a região da América Latina tinham mais 1,4 anos de educação do que os filhos daqueles que não emigraram.

O Relatório GEM mostra o grande contraste entre os efeitos positivos da emigração do México e a influência negativa das políticas restritivas atuais de imigração nos Estados Unidos.

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