Ministros eurocéticos dão apoio à primeira-ministra e rejeitam demissão
Dois ministros importantes do governo britânico, Michael Gove e Liam Fox, manifestaram hoje publicamente o apoio à primeira-ministra, Theresa May, e rejeitaram demitir-se, apesar de serem a favor do Brexit.
© Reuters
Mundo Brexit
"É absolutamente vital que nos concentremos em conseguir o acordo certo no futuro e garantir que nas áreas que importam tanto para o povo britânico, possamos obter um bom resultado", disse o ministro do Ambiente, Michael Gove, pondo fim à especulação sobre a possibilidade de demitir-se.
Porém, Gove, que falava em Londres, não comentou os rumores de que teria rejeitado a oferta para chefiar o ministério para a Saída da União Europeia, sucedendo a Dominic Raab, que se demitiu na quarta-feira em desacordo com o rascunho de acordo.
Também Liam Fox, ministro do Comércio Internacional, confirmou que continua a apoiar a chefe do governo e o texto negociado com Bruxelas.
"Nós não somos eleitos para fazer o que queremos, mas para agir no interesse nacional. Em última análise, espero que, em todo o Parlamento, se reconheça que um acordo é melhor do que nenhum acordo", afirmou, durante um evento em Bristol.
O governo aprovou na quarta-feira de forma "coletiva", mas sem unanimidade, o rascunho de acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, após um conselho de ministros que se prolongou por cinco horas.
Além de uma solução para garantir que não é imposta uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, garante os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e britânicos na Europa, a compensação financeira e um período de transição até ao final de 2020.
Dois ministros, Dominic Raab e Esther McVey, e vários outros membros, de segunda linha, do governo demitiram-se em desagrado com o texto, mas Theresa May prometeu manter-se em funções e continuar a conduzir processo do 'Brexit'.
Entretanto, 21 deputados conservadores divulgaram ter subscrito uma moção de censura interna à líder do partido Conservador, Theresa May, aumentando a expectativa do que possa acontecer nos próximos dias.
São necessárias 48 cartas de apoio à moção de censura para ser organizado um voto interno no grupo parlamentar, que precisa que uma maioria de 159 dos 315 deputados declare ter perdido a confiança em May para forçar a saída da primeira-ministra.
Uma derrota de May determinaria uma eleição para a liderança do partido, mas as regras do partido determinam que uma vitória na moção de censura garante que a líder não pode ser alvo de novo confronto nos 12 meses seguintes.
O ministro do Cabinet Office [equivalente ao ministro da Presidência do Conselho de Ministros], considerado o número dois do governo, desaconselhou os deputados a desafiar a ministra, confiante de que ela vai ganhar o sufrágio confortavelmente.
"Eu não vi nenhum plano alternativo plausível de qualquer um daqueles que criticaram ou que querem desafiar a posição dela", disse, numa entrevista à rádio escocesa Bauer.
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