Deputado opositor de Nicolás Maduro está preso há 100 dias
Familiares do deputado opositor Juan Requesens denunciaram na quinta-feira que o parlamentar foi detido há 100 dias, em isolamento, pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos).
© Reuters
Mundo Juan Requesens
"Ele está isolado, sem comunicar com ninguém, numa cela sem ventilação, onde há águas dos esgotos na casa de banho", disse o pai Juan Guillermo Requesens aos jornalistas, em Caracas, durante uma manifestação para pedir a liberdade do deputado, de 29 anos, acusado de cumplicidade no atentado frustrado de 04 de agosto último contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Apesar da acusação do regime, o pai insistiu que o filho "é inocente e devia estar em liberdade".
Em 04 de agosto, duas explosões, que as autoridades indicaram terem sido desencadas por dois 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados], obrigaram Maduro a abandonar rapidamente as comemorações do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), na capital venezuelana.
Segundo o Ministério Público venezuelano, as investigações determinaram que 43 pessoas estiveram envolvidas no atentado e foi solicitada a extradição de nove pessoas que estão nos Estados Unidos, Peru e Colômbia.
Três dias depois, funcionários do SEBIN detiveram Juan Requesens na casa dos pais, em Caracas, sem uma ordem judicial.
O deputado foi acusado de ter facilitado um contato com os serviços de migração em favor de um dos alegados suspeitos do atentado.
Em 08 de agosto, o Supremo Tribunal de Justiça, designado pela Assembleia Constituinte [composta unicamente por apoiantes do regime], levantou a imunidade parlamentar do deputado, acusado formalmente, a 14 de agosto, de "instigação pública continuada, tentativa agravada de homicídio contra Nicolás Maduro, tentativa agravada de homicídio contra os militares da GNB, uso de engenhos explosivos, associação para cometer delito, financiamento do terrorismo e traição à pátria".
No final de agosto, o Tribunal Interamericano de Direitos Humanos expressou preocupação pela detenção e condições em que se encontrava Juan Requesens.
A família indicou ter mantido o primeiro contacto com o deputado, após 45 dias de detenção, em 20 de setembro último.
No mês passado, a defesa denunciou várias irregularidades no processo contra o deputado opositor e a Comissão Inter-americana de Direitos Humanos pediu ao Governo venezuelano que proteja o direito à saúde, à vida e à integridade do deputado.
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