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Brexit: Solução para fronteira da Irlanda marca acordo para saída

O projeto de Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia publicado na quarta-feira é o resultado do entendimento alcançado pelas equipas negociadoras da Comissão Europeia e do Reino Unido, na sequência da ativação no artigo 50.º do Tratado da União Europeia.

Brexit: Solução para fronteira da Irlanda marca acordo para saída
Notícias ao Minuto

11:03 - 15/11/18 por Lusa

Mundo Reino Unido

O Acordo, de 585 páginas, 185 artigos e três protocolos, estabelece os termos da saída do Reino Unido da UE para que se faça de forma ordeira e oferece um quadro jurídico quando os Tratados e a legislação da UE deixarem de se aplicar ao Reino Unido e abrange as seguintes áreas:

+++ Os termos de uma solução de recurso, denominada como 'backstop', operacional em termos legais para garantir que não haverá fronteira rígida entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.

A questão relativa à fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte mereceu um protocolo separado que inclui compromissos do Reino Unido de proteger a cooperação Norte-Sul inscrita no Acordo de Sexta-Feira Santa (Belfast) de 1998, nomeadamente em termos de circulação de pessoas e mercadorias e do mercado único da electricidade na ilha da Irlanda.

O 'backstop' só é ativado se, após um período de transição, não houver acordo sobre a futura relação entre a UE e o Reino Unido. Ambas as partes estão a dar-se até 1 de julho de 2020 para ratificar um acordo que substitua este mecanismo.

Se o acordo não estiver pronto até essa data, Londres e Bruxelas têm também a opção de prolongar o período de transição.

Por outro lado, a Irlanda do Norte continuará alinhada com um número limitado de regras do mercado único "essenciais para evitar uma fronteira difícil", como normas sanitárias para controlos veterinários, o imposto sobre o valor acrescentado e sobre financiamento estatal.

A qualquer momento após o final do período de transição, a UE ou o Reino Unido podem considerar que o protocolo já não é necessário, mas a decisão terá que ser tomada em conjunto.

+++ Os direitos dos cidadãos, garantindo que três milhões de cidadãos da UE no Reino Unido e mais de um milhão de cidadãos britânicos nos países da UE podem continuar a residir e a trabalhar nos respetivos países de acolhimento.

+++ Um período de transição até ao final de dezembro de 2020, durante o qual a UE tratará o Reino Unido como se fosse um Estado-Membro, permitindo às instituições públicas, às empresas e aos cidadãos adaptarem-se à retirada do Reino Unido.

Esta última data corresponde ao prazo do orçamento plurianual da UE (2014-2020) e pode ser prorrogado uma vez, por um período limitado e por acordo conjunto.

+++ A compensação financeira, garantindo que o Reino Unido honra as obrigações financeiras assumidas enquanto foi membro da União. O texto não fornece números para a fatura, mas um método de cálculo. O governo britânico estima este valor entre 35 e 39 mil milhões de libras (40 a 45 mil milhões de euros).

+++ Se o período de transição, que se sobrepõe ao próximo orçamento plurianual da UE (2021-2027), for prolongado, o Reino Unido será tratado como um país terceiro na sua participação nos programas europeus.

+++ Um protocolo sobre o estatuto das bases militares britânicas no Chipre.

+++ Um Protocolo relativo a Gibraltar, território britânico no extremo da Península Ibérica, que prevê uma cooperação estreita entre a Espanha e o Reino Unido relativas aos direitos dos cidadãos e à cooperação administrativa.

+++ Separadamente do projecto de acordo, a UE e o Reino Unido publicaram as linhas gerais de uma declaração política conjunta que define a base para a futura parceria entre as duas partes, nomeadamente na área económica e financeira, defesa e segurança e transportes e energia.

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