Merkel defende que UE deve trabalhar para "verdadeiro exército europeu"
A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu hoje no Parlamento Europeu que a Europa precisa de se defender e deve trabalhar para vir a criar "um verdadeiro exército europeu".
© Lusa
Mundo Alemanha
"Temos cooperação ao nível ao militar, e isso é muito bom, mas o que devemos fazer, e isto é muito importante, é trabalhar na visão de um dia criarmos um verdadeiro exército europeu", disse a chanceler alemã no seu discurso sobre o Futuro da Europa.
A afirmação suscitou apupos de várias bancadas, mas Merkel considerou um "ótimo" sinal estar a "aborrecer algumas pessoas no Parlamento", que antes tinha descrito como o maior parlamento do mundo.
"Só podemos defender os nossos interesses quando agimos juntos. O tempo em que podíamos contar com outros ficou para trás", afirmou.
A chanceler evocou palavras do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sobre como a existência de "um exército europeu mostraria ao mundo que nunca mais haveria guerra na Europa".
"Podemos ser um bom complemento à NATO, podemos trabalhar com a NATO com um exército europeu", afirmou, explicando que um exército europeu integraria a Aliança Atlântica como atualmente a integram forças nacionais dos Estados-membros.
"Seria muito mais fácil cooperar connosco", acrescentou.
Merkel disse apoiar a ideia de, em matéria de política de segurança e defesa, criar "um Conselho de Segurança europeu", cuja presidência seria alternada entre Estados-membros, onde "as decisões podiam ser tomadas mais rapidamente".
Nesta matéria, criticou, sem os nomear, países europeus que "não respeitam" regras comuns como o respeito pelo Estado de Direito ou pela liberdade de imprensa, para frisar que "a Europa só pode funcionar devidamente como comunidade baseada na lei".
"Quem prejudica a Europa, afeta negativamente toda a política externa europeia. A Europa só pode ser uma voz para o mundo se agir em conjunto", frisou.
O objetivo de um exército europeu foi evocado pela chanceler como um de três exemplos em que Merkel considera que a UE tem de mostrar "tolerância e solidariedade", o foco da sua intervenção no PE: as migrações, a política externa e de segurança e o crescimento económico.
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