Rússia junta talibãs e Conselho para a Paz mas sem garantir o diálogo
A Rússia conseguiu hoje sentar à mesma mesa representantes do movimento talibã e do Alto Conselho para a Paz do Afeganistão, mas ainda sem garantir um diálogo direto entre os insurgentes e o Governo de Cabul, que não compareceu em Moscovo.
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Mundo Moscovo
O vice-presidente do Alto Conselho para a Paz, Haji Din Mohammad, admitiu no final da segunda ronda de consultas internacionais sobre o Afeganistão convocada pela Rússia que é impossível, de momento, o diálogo entre os talibãs e o executivo de Ashraf Gani, pelo facto de os primeiros imporem pré-condições.
"Para que exista uma solução pacífica, todas as tropas estrangeiras têm de abandonar o Afeganistão", insistiu o chefe da delegação talibã, Al Haj Muhammad Abbas Stanikzai, motivo pelo qual o movimento manterá "o diálogo com os Estados Unidos".
No início de 2019 o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a intenção de retirar "rapidamente" as tropas norte-americanas do Afeganistão, onde permanecem 14.000 efetivos desde a invasão registada há 17 anos na sequência dos atentados do 11 de setembro de 2001, mas ainda não concretizou a retirada.
Os responsáveis talibãs já tinham anunciado que não manteriam "qualquer tipo de negociação" em Moscovo, enquanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros afegão disse que o Alto Conselho -- nomeado pelo governo para o representar em possíveis negociações com os talibãs -- viajou para a Rússia "na sua qualidade de instituição não governamental".
Cabul apresentou em fevereiro aos talibãs uma proposta de diálogo sem condições e de novo em junho com um cessar-fogo provisório de três meses, na condição de que a rebelião também cumpra a proposta.
Apesar da ausência de avanços em Moscovo, a Rússia continua a manifestar a intenção em prosseguir os esforços diplomáticos para estabilizar o Afeganistão, 30 anos após a saída das tropas da ex-URSS do país asiático.
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