Gorbatchev, 87 anos, referiu em declarações aos media que a Rússia e os Estados Unidos devem concentrar-se na resolução das suas divergências e melhorar a relação bilateral, definida como a mais importante do mundo.
"Espero que a corrida aos armamentos seja travada e que prossiga o desarmamento nuclear", disse, referindo-se a algo que ele próprio e o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, iniciaram na década de 1980.
O último líder da extinta União Soviética pronunciava-se após ter assistido à antestreia de um filme realizado por Werner Herzog e baseado nas suas conversas.
Em outubro, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a intenção de se retirar do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF), que Gorbatchev e Reagan assinaram em 1987, ao alegar violações por parte da Rússia.
Numa declaração também emitida hoje, Gorbatchev manifestou preocupação pelas "tentativas de fazer o mundo regressar ao passado", ao considerar que nova espiral armamentista constitui um enorme perigo.
Gorbatchev, que assumiu a liderança da ex-URSS em 1985 até à sua demissão no dia de Natal de 1991 em plena implosão do país, criticou "algumas declarações que admitem a possibilidade de uma guerra nuclear, a sua preparação e discussões sobre possíveis cenários".
Assinalou ainda ter concordado com Reagan de que "uma guerra nuclear nunca pode ser vencida e nunca deve ocorrer", uma declaração que deverá ser recordada na atualidade.