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Trump vai tornar-se mais combativo devido à nova dinâmica política

Trump vai tornar-se mais combativo devido à oposição mais forte que a maioria Democrata vai levar a cabo no Congresso, tornando a reeleição em 2020 mais difícil, segundo analistas consultados pela Lusa.

Trump vai tornar-se mais combativo devido à nova dinâmica política
Notícias ao Minuto

21:15 - 07/11/18 por Lusa

Mundo Analistas

Stella Rouse, diretora do Centro de Política e Cidadania Americana da Universidade de Maryland, explica que Trump irá encontrar mais oposição a nível legislativo e irá ser investigado pelos Democratas, o que traz uma nova dinâmica para o resto do seu mandato presidencial e marca uma diferença dos primeiros dois anos.

"Ter um inimigo parece sempre resultar para Trump, porque ele gosta de ser combativo", disse Rouse em entrevista telefónica à agência Lusa.

A professora universitária explica que só agora é que o Partido Democrata se torna num "inimigo legítimo" para o Presidente norte-americano, porque assume poder que não tinha antes e "se Trump puder ser mais combativo ou radical, será".

Stella Rouse prevê ainda um aumento das tensões a nível político e social, causadas pela diferença dos partidos Democrata e Republicano em lidarem com a diversidade e a multiculturalidade.

"Estas eleições refletem melhor a demografia do país e mais diversidade, pontos positivos na representação, ao contrário do que Trump e o seu partido defendem", considera a docente.

Segundo Stella Rouse, muitas pessoas interpretam o 'slogan' presidencial "Make America Great Again" (Tornar a América grande de novo) como "tornar a América branca de novo".

As eleições desta terça-feira trouxeram mais mulheres que nunca para a Câmara dos Representantes -- quase 100 mulheres em 435 representantes -- com mais representação das minorias e a eleição das primeiras mulheres indígenas e muçulmanas para o Congresso.

Já a nível económico, o impasse político vai traduzir-se em prosperidade, defende Carl Riccadonna, economista-chefe na Bloomberg Economics.

O impasse legislativo, que se vai agravar com a nova composição do Congresso -- maioria Democrata na câmara baixa e maioria Republicana na câmara alta -- são "boas notícias para a economia", considera o especialista.

Historicamente, quando se olha para o desempenho dos mercados em alturas de impasse legislativo, tendem a ver-se resultados comerciais positivos, porque há pouca interferência do Estado na economia.

"A economia vai prosperar", prevê o economista, dizendo que o setor económico pode operar em "piloto automático" se não tiver intervenções do Estado.

Carl Riccadonna considera que até à possível, mas difícil, reeleição em 2020, Trump vai dar mais cartas nas questões comerciais externas, fazendo passar mais ordens executivas que não necessitam de aprovação no Congresso, como impostos comerciais.

A guerra comercial com a China vai intensificar-se, com Trump a conseguir consolidar as suas medidas e como tal, as relações comerciais vão ainda sofrer uma deterioração, resume Riccadonna.

Na terça-feira o poder democrata voltou a muitos Estados que elegeram Trump em 2016.

Para uma reeleição em 2020, Trump vai precisar de ganhar, basicamente, na mesma composição de Estados de 2016, os muitos Estados democratas dependentes da produção, como Pensilvânia, Ohio, Michigan ou Wisconsin e que constituem a chamada "parede azul" (o azul simboliza o Partido Democrata).

O especialista da Bloomberg Economics considera que Trump derrubou a "parede azul" em 2016, mas os resultados das eleições intercalares não apontam numa direção favorável à reeleição em 2020, pois os Estados que deram a vitória a Trump em 2016 voltaram a ser dominados pelos Democratas.

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