Príncipe Carlos critica o "vergonhoso" e "indelével" comércio de escravos
O príncipe Carlos de Inglaterra, herdeiro ao trono britânico, considerou que a era do comércio de escravos foi "vergonhosa" e deixou "uma marca indelével na história do mundo", noticiou hoje a imprensa do Gana.
© Getty
Mundo Gana
"A atrocidade do comércio de escravos e o sofrimento inimaginável causado, deixaram uma mancha indelével na nossa história", assinalou o filho varão da rainha Isabel II, durante o discurso na segunda-feira, no Centro Internacional de Conferências de Acra, capital do Gana.
O príncipe de Gales está em viagem pela África Ocidental, sendo acompanhado pela sua mulher, Camilla - duquesa de Cornualha -, e deve continuar a visitar outros países da Commonwealth (Comunidade das Nações), chegando hoje à Nigéria, depois de também ter estado na Gâmbia.
Na sua visita ao Gana, o herdeiro ao trono britânico visitou, em 03 de novembro, o castelo de Christiansborg, que em tempos foi um forte de detenção de escravos usado pelos dinamarqueses e posteriormente pelos britânicos.
Em 1957, com a independência do país, o castelo de Christiansborg foi alvo de remodelações e foi transformado em Casa do Governo e na residência do governador-geral.
"Ainda que o Reino Unido possa estar orgulhoso de ter liderado a abolição da vergonhosa escravatura, temos uma responsabilidade partilhada para que este horror não se esqueça", continuou Carlos.
O príncipe britânico recordou as formas de escravatura moderna, como o tráfico de pessoas, e assinalou a importância de "recordar os valores que tornam estas práticas desumanas".
O Gana foi o primeiro país africano a obter a independência do Reino Unido, em 06 de março de 1957, com quem mantém fortes relações através da Commonwealth, que integra 53 países, 19 dos quais africanos.
O casal real chegará hoje à Nigéria, onde conclui a sua viagem de nove dias por África.
Segundo fontes oficiais citadas pela agência espanhola Efe, Carlos e Camilla não irão visitar a cidade de Jos, no centro do país, devido aos violentos conflitos registados na zona.
Pelo menos 200 pessoas morreram em junho no Estado de Plateau, de que Jos é capital, em ataques alegadamente cometidos por pastores armados da etnia Fulani.
O príncipe de Gales e a duquesa da Cornualha seguem assim os passos da primeira-ministra britânica, Theresa May, que em agosto e setembro visitou Quénia, África do Sul e Nigéria, com vista ao fortalecimento das relações entre o Reino Unido e África depois do 'Brexit', a saída daquele país da União Europeia.
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