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Republicanos deverão perder o Congresso. Reeleição de Trump em risco?

As sondagens indicam que os Democratas devem recuperar o controlo do Congresso e vários governos estaduais, nas eleições intercalares nos Estados Unidos, o que pode por em risco uma reeleição de Trump.

Republicanos deverão perder o Congresso. Reeleição de Trump em risco?
Notícias ao Minuto

12:09 - 04/11/18 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Diversos estudos revelam que há seis em sete hipóteses de os Democratas ganharem o controlo do Congresso, mas apenas uma em sete hipóteses de dominarem o Senado, nas eleições intercalares nos Estados Unidos da América (EUA) que terça-feira escolhem congressistas, senadores e governadores em 36 Estados.

Neste momento, os Republicanos controlam ambas as câmaras do Capitólio, o que tem facilitado a vida política do Presidente Donald Trump, que tem contado com o apoio das maiorias para fazer passar várias das suas medidas, mesmo as mais polémicas.

Contudo, as eleições intercalares devem alterar este cenário político, com a popularidade de Donald Trump em baixa e com o Partido Republicano a dificilmente conseguir contrariar os avanços Democratas, sobretudo nas eleições para governadores dos Estados (onde os Republicanos devem perder seis a 10 lugares) e para o Congresso (onde atualmente os Republicanos detêm 235 lugares, contra 193 dos Democratas -- sete lugares estão vagos).

Para o analista Amy Walter, do Cook Political Report, a melhor indicação de que os Republicanos dão o Congresso por perdido é o roteiro final de comícios de Donald Trump, que se concentra nos locais onde se luta pelo controlo do Senado: "Trump quer uma posição ainda mais forte no Senado".

O controlo Republicano no Senado pode ser vital para Donald Trump, sobretudo se for criado um processo de 'impeachment', como indica a ameaça dos Democratas, que lançam suspeitas sobre o envolvimento do Presidente nas alegadas interferências russas nas recentes eleições presidenciais.

Esse processo para a destituição do Presidente terá de começar no Congresso (o que poderá provavelmente acontecer, com a previsível maioria Democrata), mas mesmo que seja aprovado na câmara baixa do Capitólio precisa de ser validado no Senado, por 2/3 dos membros.

Mas sem uma maioria Republicana no Congresso, Trump pode contar com vários outros problemas, criados a partir do Capitólio, desde investigações sobre os seus negócios, ou sobre as finanças de familiares seus ou de figuras que lhe são próximas e sobre os quais os Democratas têm várias suspeições, como é o caso do secretário de Comércio, Wilbur Ross.

"Vai haver um aumento substancial de pedidos do Congresso para averiguações, a que os Republicanos terão de se submeter", afirmou Justin Rood, analista da organização "Project On Government Oversight", citado pela estação de televisão NCB.

Outra consequência imediata é a dificuldade de manter a agenda legislativa Republicana, com afirmações de vários congressistas Democratas a prometer que travarão iniciativas como as que estavam delineadas nas áreas fiscais e de segurança social.

Com o controlo da maioria dos governos estaduais (como as sondagens indicam que deve acontecer), também a agenda legislativa dos Democratas deverá prevalecer, a nível local, onde o novo controlo terá uma capacidade de condicionar o trabalho dos congressistas e senadores dos respetivos Estados.

Este cenário é igualmente preocupante para as aspirações de reeleição de Donald Trump.

As investigações suscitadas pela maioria Democrata no Congresso e a falta de apoio de muitos dos governos estaduais poderá dificultar a base de apoio de que Trump precisa para tentar a reeleição dentro de dois anos.

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