Curdos condenam UE por recusar receber cidadãos membros do EI detidos
As autoridades semi-autónomas curdas da Síria condenaram hoje em Bruxelas a recusa dos países europeus de receberem os seus cidadãos membros do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) detidos pelas suas forças.
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Mundo Síria
Os combatentes estrangeiros capturados e as respetivas famílias são originários de 46 países, anunciou Abdul Karim Omar, encarregado dos Negócios Estrangeiros na administração curda, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
No total, 790 homens encontram-se detidos pelas forças especiais curdas numa prisão, ao passo que 584 mulheres e 1.250 crianças foram colocadas em dois campos, precisou o responsável.
"Todos os países da União Europeia (UE) estão envolvidos, mas nenhum nos pediu a extradição dos seus nacionais. Recusam-se a assumir as suas responsabilidades e deixam-nos suportar esse fardo", lamentou.
"Estes detidos são perigosos e alguns cometeram massacres de civis. Nós não conseguimos gerir sozinhos este problema, devido à instabilidade da nossa região", explicou, advertindo que basta haver "uma falha na segurança para lhes permitir a fuga".
Inquirido sobre o número de cidadãos de países da UE que se encontram detidos, o representante curdo escusou-se a especificar, dizendo: "Isso não é importante".
O responsável indicou que a Bélgica aceitou receber apenas as crianças dos cidadãos belgas.
"Estamos convencidos de que as mães e os seus filhos não devem ser separados, mas nenhuma família foi reclamada pelo seu país de origem", observou.
Quinze crianças e as respetivas mães belgas foram registadas nos dois campos montados para as famílias dos 'jihadistas' capturados, indicou Gerrit Loots, um psicólogo belga regressado de uma visita a esses campos.
"Poderíamos tê-los trazido se o Governo belga nos tivesse autorizado a fazê-lo", comentou, expressando preocupação com a saúde de algumas das crianças, que descreveu como "muito doentes".
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