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Ativistas sírios afirmam ter provas de ataques russos contra civis

Um coletivo de ativistas de direitos humanos sírios afirmou hoje ter milhares de vídeos verificados e autenticados que provam que as forças russas atacaram indiscriminadamente civis e infraestruturas de uso civil na Síria nos últimos três anos.

Ativistas sírios afirmam ter provas de ataques russos contra civis
Notícias ao Minuto

14:15 - 31/10/18 por Lusa

Mundo Síria

Forte aliada do regime de Damasco, a Rússia intervém na Síria desde 30 de setembro de 2015 e sempre negou ter alvos civis.

O Arquivo Sírio, um coletivo de ativistas sírios com sede em Berlim que tem como missão reunir toda a documentação visual relacionada com violações dos direitos humanos ou outros crimes cometidos no conflito civil na Síria, disse esta quarta-feira que criou uma base de dados com mais de três mil vídeos verificados e autenticados que provam mais de 1.400 ataques conduzidos pelas forças de Moscovo que tiveram como alvos civis e infraestruturas de caráter civil.

Os incidentes documentados em imagens ocorreram entre setembro de 2015 e setembro do ano corrente.

Hadi al-Khatib, um dos fundadores do Arquivo Sírio (disponível em syrianarchive.org) que chegou a Berlim proveniente da Síria em 2011, disse, citado pela agência norte-americana Associated Press (AP), que esta nova base de dados é a primeira documentação visual dos alegados ataques russos em território sírio e que será essencial para ser feita justiça no futuro.

Segundo o ativista, a base de dados inclui imagens de mais de 700 incidentes em que foram registadas vítimas civis, bem como de pelo menos 35 situações em que hospitais foram atingidos.

Também revelam que 27 mesquitas, 23 escolas e 27 mercados foram atingidos por ataques aéreos russos, de acordo com o Arquivo Sírio.

Tal informação "pode ajudar os advogados a construírem casos contra os perpetradores da violência", referiu Hadi al-Khatib.

A base de dados inclui vídeos que foram feitos por cidadãos, jornalistas, grupos humanitários e até mesmo pelo próprio Ministério da Defesa russo.

Em finais de setembro último, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos divulgou que mais de 18 mil pessoas, incluindo quase oito mil civis, morreram na sequência dos bombardeamentos realizados na Síria pelas forças militares da Rússia desde setembro de 2015.

Nessa mesma altura, Moscovo também assinalou os três anos da intervenção na Síria e também forneceu números.

Segundo a comissão de Defesa do Conselho da Federação (câmara alta do Parlamento russo), a força aérea russa matou 85.000 "terroristas" na Síria desde 2015.

"Todos os ataques da força aérea visaram e visam ainda com precisão os alvos terroristas. Em três anos, dezenas de milhares de alvos terroristas foram destruídos (armazéns de munições, zonas fortificadas e pontos de comando)", indicou então o presidente da comissão de Defesa, Viktor Bondarev.

"Cerca de 100 mil terroristas foram mortos, dos quais cerca de 85 mil foram mortos pela força aérea russa", acrescentou na mesma ocasião.

Mais de 360.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a deixar as suas casas desde o início da guerra civil da Síria em 2011

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