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Um Brasil partido ao meio na noite em que extrema-direita chegou ao poder

Jair Bolsonaro consolidou vitória da primeira volta das presidenciais e confirmou a chegada da extrema-direita ao poder. Noite foi de festejos para os apoiantes do candidato do PSL e de tristeza para a candidatura de Fernando Haddad. Veja, abaixo, as imagens da vitória de Bolsonaro e da derrota de Haddad.

Notícias ao Minuto

09:18 - 29/10/18 por Pedro Bastos Reis

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Com cerca de 58 milhões de votos, Jair Bolsonaro confirmou, no domingo, a vitória nas presidenciais brasileiras. A partir do próximo dia 1 de janeiro, a extrema-direita chega ao Palácio do Planalto, num Brasil mais dividido e polarizado do que nunca.

Essa divisão, que pautou toda a campanha eleitoral, foi visível nas ruas brasileiras. Apoiantes do “mito”, como Bolsonaro é conhecido entre a sua base, celebraram com o azul, verde e amarelo, as cores da bandeira, como pano de fundo. Não faltaram também cânticos anti-PT e réplicas de armas, a fazer recordar o momento em que o candidato de extrema-direita disse que “vamos fuzilar a petralhada”.

Do outro lado da barricada, o choro e desolação dos apoiantes de Fernando Haddad e Manuela d´Ávila. Num discurso emotivo, o candidato do Partido dos Trabalhadores assumiu-se como líder da oposição e antes de partir para a luta, que se adivinha intensa, os seus apoiantes abraçaram-se e beijaram-se, momentos de emoção no culminar de duas semanas de uma dura campanha, em que o PT remou contra o favoritismo de Bolsonaro mas não conseguiu a tão desejada virada.

No discurso de vitória, o vencedor de domingo, com 55,1% dos votos, afirmou que vai “mudar o destino do Brasil”. Agarrou uma bíblia, agradeceu a Deus, e garantiu que será “um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”, uma promessa que contrasta com as declarações de ódio, sobretudo contra negros, mulheres, homossexuais e indígenas, que tem proferido ao longo dos anos, particularmente durante a campanha eleitoral.

Fernando Haddad, com 44,9% dos votos, por seu lado, apelou à cidadania, “mais necessária do que nunca”, e sublinhou que a soberania e a democracia “estão acima de todos nós”, um discurso bem diferente do de Bolsonaro, que fez da frase “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” o mote da sua caminhada rumo ao Planalto. Ambos os discursos, de celebração para uns, de desolação para outros, mostraram um Brasil mais dividido que nunca, um reflexo das ruas, na noite de domingo, no maior país da América do Sul.

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