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Suspensão da venda de armas por causa da morte de Khashoggi

O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje "pura demagogia" promover um embargo da venda de armas à Arábia Saudita na sequência do assassínio do jornalista Jamal Khashoggi.

Suspensão da venda de armas por causa da morte de Khashoggi
Notícias ao Minuto

17:49 - 26/10/18 por Lusa

Mundo Emmanuel Macron

As declarações de Macron surgem depois de a Alemanha ter anunciado, na segunda-feira, a suspensão da venda de armas e apelado para um embargo europeu, posição que confirmou hoje, afirmando que a suspensão se mantém até que o caso Khashoggi esteja esclarecido.

Por outro lado, na quinta-feira, o Parlamento Europeu (PE) instou os Estados-membros a imporem um embargo de armas à Arábia Saudita, numa resolução em que pede uma investigação internacional independente e imparcial.

A venda de armas não tem "nada a ver com o senhor Khashoggi, é preciso não confundir as coisas", disse Emmanuel Macron numa conferência de imprensa em Bratislava.

"Fico muito admirado com aqueles que, antes de saber, dizem 'não vamos vender mais!', quando talvez já vendam mais que França através das 'joint ventures' em que participam", acrescentou.

O Presidente francês questionou a existência de uma relação entre a venda de armas e o caso Khashoggi, contrapondo que compreende "a ligação com o Iémen", onde a Arábia Saudita lidera a coligação árabe que combate os rebeldes Huthi.

"Se queremos impor sanções, temos de impor em todos os domínios! Temos de suspender a venda de automóveis", afirmou.

"Estou à espera que os factos sejam estabelecidos claramente e sobretudo [quem são] os responsáveis e os patrocinadores para retirar consequências e sanções", que devem ser "claras, coerentes", "em todos os setores", "coordenadas pela UE" e "terem uma ligação" com o assassínio de Khashoggi que França "condena com veemência".

A Arábia Saudita é um dos principais clientes de França em matéria de armamento. Além de França, outros 14 Estados-membros -- Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Holanda, Itália, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia - venderam armas à Arábia Saudita em 2016, segundo um relatório de fevereiro.

A chanceler alemã, Angela Merkel, confirmou hoje a suspensão até que o assassínio do jornalista esteja completamente esclarecido.

"O caso Khashoggi é naturalmente algo de inacreditável, disse-o ao rei saudita na conversa telefónica que mantivemos", disse Merkel em Praga, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro checo, Andrej Babis.

"Dissemos que é preciso esclarecer os contornos deste crime horrível e até isso acontecer não vamos fornecer armas à Arábia Saudita", acrescentou.

A chanceler reiterou por outro lado a sua posição em relação ao conflito no Iémen, afirmando que "a Arábia Saudita deve fazer tudo para resolver a situação humanitária urgente" naquele país, onde "milhões de pessoas estão à beira da fome" e se assiste "a uma das maiores catástrofes humanitárias".

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