Damasco recusa papel da ONU no comité constitucional
O governo sírio recusou que a ONU participe na seleção dos membros do comité que deve redigir uma nova Constituição, anunciou hoje o emissário das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura.
© Reuters
Mundo Síria
O diplomata informou por videoconferência o Conselho de Segurança do resultado da visita que realizou esta semana a Damasco para tentar desbloquear a criação da comissão, que a ONU considera fundamental para a resolução política do conflito sírio.
Segundo De Mistura, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Mouallem, disse que não aceitava que a ONU desempenhe um papel na seleção de parte do comité.
Desde janeiro que De Mistura -- que deve abandonar as suas funções no final de novembro -- trabalha na composição do comité, que deveria integrar 150 pessoas: 50 escolhidas pelo regime, 50 pela oposição e 50 pela ONU, para incluir representantes da sociedade civil e especialistas, os independentes.
É esta última lista de 50 nomes escolhidos pela ONU que Damasco rejeita.
O regime de Bashar al-Assad tem questionado a autoridade das Nações Unidas e insistido em que a sua intervenção viola a soberania nacional.
Os ocidentais, com os Estados Unidos, a França e o Reino Unido na primeira linha, condenaram o bloqueio de Damasco à criação do comité constitucional e exigiram que a comissão se reúna o mais rapidamente possível.
A resolução política da guerra que devasta a Síria desde 2011 é um dos temas da cimeira que reúne no sábado em Istambul os presidentes turco, Recep Tayyip Erdogan, russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
O porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, disse hoje que Ancara irá pressionar para que sejam dados passos claros para resolver politicamente a guerra, adiantando que a Turquia espera que os quatro líderes acordem a criação de uma comissão para redigir uma nova Constituição para a Síria.
Num comunicado divulgado hoje, a Presidência francesa disse igualmente esperar que o encontro permita tomar "uma decisão clara" em relação ao comité constitucional e ao papel da ONU, para que a comissão "possa realizar a sua primeira reunião em Genebra nas próximas semanas, até ao final do ano".
A guerra da Síria já matou mais de 360.000 pessoas e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.
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