No sábado decorre primeira reunião do novo partido de Carles Puigdemont
O novo partido independentista impulsionado por Carles Puigdemont, a Crida (Chamamento) nacional para a República, realiza este sábado uma convenção para marcar a sua fundação, um ano depois da efémera proclamação de independência da Catalunha.
© Reuters
Mundo Catalunha
Apresentada em julho último, a Crida vai nascer numa convenção em Manresa (Catalunha) em 27 de outubro que será seguida de um congresso constituinte a realizar em Barcelona em janeiro de 2019, poucos meses antes das eleições municipais e europeias que se vão realizar em maio.
A escolha do local da convenção foi feita devido à sua proximidade com a prisão onde estão detidos preventivamente vários políticos independentistas.
O movimento, que se vai transformar num novo partido político, não teve até agora o papel aglutinador de todos os setores separatistas que o seu criador, o ex-presidente independentista Carles Puigdemont fugido na Bélgica, gostaria que tivesse.
O manifesto feito em julho último, que apelava à unidade dos movimentos soberanistas, não despertou a adesão de largos setores independentistas, nomeadamente da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha, socialista) nem da CUP (Candidatura de Unidade Popular, extrema-esquerda anti-sistema).
Mesmo no partido onde está a base de apoio de Puigdemont, o PDeCAT (Partido Democrático Europeu da Catalunha), são muito os que têm dúvidas sobre o novo movimento.
A Crida pretende "implementar uma estratégia para tornar a Catalunha num Estado independente, na forma de República, nacional e livre."
O objetivo é o de criar um "movimento soberanista de amplo espetro transversal" que "se cristalize num instrumento político organizado", com todos aqueles que "partilham o objetivo de proclamar a República catalã exclusivamente por meios pacíficos e democráticos".
Um ano depois da decisão do Estado espanhol de intervir diretamente na Catalunha, também a 27 de outubro de 2017, os partidos separatistas continuam a governar esta região, mas dão alguns sinais de divisão, nomeadamente com a CUP a ter retirado o seu apoio ao executivo.
Os independentistas voltaram a ganhar as eleições para o parlamento catalão realizadas em 23 de dezembro último e o presidente do governo regional escolhido, Quim Torra, vai inúmeras vezes a Bruxelas reunir-se com Puigdemont que é considerado por cada vez menos pessoas como o verdadeiro líder da região que está exilado no estrangeiro.
O PSOE (Partido Socialista espanhol) está no Governo em Madrid desde junho último e tem aberto várias vias de diálogo com o executivo nacionalista em Barcelona que continua a defender a separação de Espanha e a criação de uma República independente.
Um grupo de mais de vinte dirigentes independentistas aguardam julgamento, entre eles nove que estão presos, por delitos de rebelião, sedição e/ou peculato pelo seu envolvimento na tentativa separatista falhada do ano passado ano.
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