Bélgica aberta a discutir posição europeia sobre venda de armas
A Bélgica está aberta a discutir na União Europeia um embargo da venda de armas à Arábia Saudita, pelo papel deste país no conflito no Iémen e como pressão para o cabal esclarecimento do caso Khashoggi.
Mundo Khashoggi
"Dissemos desde o início que queremos um inquérito transparente, credível e eficaz para garantir que uma situação destas não fica impune", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Didier Reynders, à imprensa em Lisboa.
O ministro, cujo país é um dos principais exportadores europeus de armas para a Arábia Saudita, disse que nos últimos meses a Bélgica tem evocado uma suspensão da venda de armas, devido ao conflito no Iémen, onde a Arábia Saudita lidera uma coligação militar árabe.
E após o pedido da Alemanha, na segunda-feira, de uma posição comum da UE sobre a venda de armas ao reino saudita, Reynders manifestou abertura a reabrir a discussão.
"Naturalmente vamos voltar a discutir com a Alemanha e com os outros parceiros a melhor maneira é organizar uma visão comum ao nível europeu para fazer pressão. E a melhor maneira de fazer pressão é através de uma posição comum", disse.
Didier Reynders falava numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Augusto Santos Silva, com quem esteve reunido no contexto da visita a Portugal dos reis dos belgas.
Sobre este caso do jornalista saudita Jamal Kashoggi, assassinado no interior do consulado saudita em Istambul, na Turquia, o ministro português frisou igualmente a importância de uma "investigação completa" e salientou a necessidade de "determinar a responsabilidade política pelo incidente".
Sobre um eventual embargo europeu, Santos Silva afirmou que Portugal está preocupado e concorda com a discussão no contexto da União Europeia.
"Podemos discuti-lo na UE. Nós não vendemos armas, não nos diz especialmente respeito, mas estamos preocupados", disse o ministro português.
O governo alemão instou na segunda-feira a Europa a ter uma posição comum sobre a venda de armas à Arábia Saudita, depois de anunciar a suspensão deste tipo de exportações até serem apuradas as circunstâncias da morte do jornalista Jamal Khashoggi.
"Para mim seria importante que pudéssemos chegar a uma posição europeia", afirmou o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, à televisão pública alemã ZDF, acrescentando que o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, também partilha desta opinião.
"E se todos os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus concordarem, então isso vai impressionar o Governo em Riade", disse Altmaier.
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