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"EUA têm uma certa responsabilidade" na morte de Khashoggi, diz Rússia

A Rússia sublinhou hoje a necessidade de cruzar e verificar a informação disponível sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi, no consulado saudita em Istambul, para fundamentar uma reação sobre o caso.

"EUA têm uma certa responsabilidade" na morte de Khashoggi, diz Rússia
Notícias ao Minuto

12:37 - 23/10/18 por Lusa

Mundo Kremlin

"Antes de reagir ao incidente com o jornalista há que ter informação verificada. Ouvimos as declarações oficiais de Riade, que indicam que os membros da família real não estão implicados no caso, e tivemo-las em conta", disse hoje aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Acrescentou que "do resto" deve encarregar-se a investigação.

Peskov lembrou também que a posição oficial da Rússia sobre os acontecimentos no consulado saudita, na Turquia, foi expressa pelo Presidente Vladimir Putin, durante uma intervenção pública, na quinta-feira.

Na altura, Putin adiantou que os Estados Unidos tinham "certa responsabilidade" no que aconteceu ao jornalista, que a 2 de outubro entrou no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, onde foi morto de forma acidental e em resultado de uma luta, segundo as autoridades de Riade.

As autoridades e a imprensa turcas asseguram que o jornalista foi assassinado por responsáveis sauditas e que a morte foi planeada com dias de antecedência e executada por uma equipa de 15 sauditas, que chegaram à Turquia na mesma altura.

"Vivia nos Estados Unidos, não na Rússia. Nesse sentido, os Estados Unidos têm uma certa responsabilidade no ocorrido. É algo que se subentende", disse.

Putin sublinhou "as boas relações" entre Riade e Moscovo e insistiu na necessidade de ter mais dados sobre o caso antes de dar novos passos.

As declarações de Putin são anteriores à admissão, por parte da Arábia Saudita, de que o jornalista morreu no consulado.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, fez hoje uma intervenção sobre o caso no parlamento, tendo apelado para que os 18 cidadãos detidos na Arábia Saudita por suspeitas de envolvimento na morte do jornalista sejam julgados na Turquia.

"Apelo ao rei Salman bin Abdulaziz para que estas pessoas sejam julgadas em Istambul", disse Erdogan numa intervenção no parlamento durante a qual descreveu a morte de Khashoggi, que classificou como um "assassínio político" planeado "com dias de antecedência" por responsáveis sauditas.

Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 02 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.

O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.

No sábado, a Arábia Saudita admitiu que Jamal Khashoggi foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante vários dias, as autoridades de Riade terem afirmado que saíra vivo do consulado.

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