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Morreu o antigo primeiro-ministro holandês Wim Kok

O político social-democrata holandês Wim Kok, que foi primeiro-ministro da Holanda entre 1994 e 2002, morreu hoje, aos 80 anos, em Amsterdão, vítima de insuficiência cardíaca, confirmou a família, citada pela agência de notícias EFE.

Morreu o antigo primeiro-ministro holandês Wim Kok
Notícias ao Minuto

22:20 - 20/10/18 por Lusa

Mundo Óbito

Wim Kok dirigiu dois executivos de coligação entre os social-democratas (PvdA), os liberais (VVD) e os democratas (D66), tendo antes disso sido presidente da federação holandesa de sindicatos (FNV), líder da oposição e ministro das Finanças.

Como líder sindical, em 1982, conseguiu grandes avanços nos direitos laborais na Holanda, com a definição de um salário mínimo adaptado à inflação e a redução das horas de trabalho, uma contribuição vital para a recuperação da economia holandesa, que nesse tempo atravessava uma crise.

No entanto, uma das suas medidas enquanto ministro das Finanças foi a redução das ajudas sociais às pessoas com deficiência, no sistema conhecido como WAO, ação que provocou uma crise profunda no PvdA.

Como primeiro-ministro, coube-lhe resolver há 15 anos a polémica parlamentar criada pelo anúncio do atual rei Guilherme Alexandre sobre a sua intenção de se casar com Máxima, filha de Jorge Zorreguieta, que na década de 1970 foi secretário de Estado na Argentina, durante o regime militar.

Wim Kok pediu ao então ministro dos Negócios Estrangeiros, Max van der Stoel, que convencesse o pai da atual rainha holandesa a não comparecer ao casamento, se quisesse que este se realizasse.

Wim Kok apresentou a sua demissão em 2002, como gesto de "responsabilidade", depois da publicação dos resultados de uma investigação do Instituto para Estudos de Guerra, Holocausto e Genocídio (NIOD, em holandês), na qual se afirmava que os capacetes azuis holandeses silenciaram o massacre na cidade bósnia de Srebrenica, em julho de 1995.

Os soldados holandeses da Organização das Nações Unidas (ONU) não impediram que as forças servo-bósnias matassem cerca de oito mil muçulmanos em Srebrenica, e os sobreviventes sempre os culparam de terem parte da responsabilidade no que aconteceu, entre outras coisas, porque a cidade tinha sido declarada "zona segura" e estava sob proteção dos capacetes azuis.

Depois da demissão, Wim Kok desapareceu do cenário político e em 2003 passou para o setor privado, tornando-se conselheiro de entidades como a instituição financeira ING, a petrolífera Shell ou a companhia aérea KLM.

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