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Equador expulsa embaixadora venezuelana por declarações de ministro

O Equador anunciou hoje que expulsou a embaixadora venezuelana, Carol Delgado, devido a umas polémicas declarações emitidas na quarta-feira pelo ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, contra o Presidente equatoriano, Lenín Moreno.

Equador expulsa embaixadora venezuelana por declarações de ministro
Notícias ao Minuto

20:35 - 18/10/18 por Lusa

Mundo América do Sul

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros informa que, perante as expressões ofensivas emitidas pelo ministro da Comunicação e Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, contra o Presidente equatoriano, Lenín Moreno Garcés, o Governo resolveu expulsar do nosso país a embaixadora da Venezuela no Equador", lê-se no comunicado citado pela agência noticiosa espanhola Efe.

O Equador "não tolerará qualquer demonstração de falta de respeito às suas autoridades", prossegue a nota, acrescentando que o país continuará a fornecer ajuda humanitária aos migrantes venezuelanos que chegam ao seu território.

Carol Delgado recebeu do Ministério dos Negócios Estrangeiros uma notificação para abandonar o país em 72 horas e foi também declarada 'persona non grata', segundo um comunicado da secretaria de Comunicação equatoriana.

O ministro da Comunicação e Informação da Venezuela acusou na quarta-feira o Presidente do Equador de mentir quando assegurava que ao seu país chegam 6.000 venezuelanos por dia, em resultado da crise que o país produtor de petróleo vive.

"[Moreno] disse que ao seu país chegavam diariamente 6.000 venezuelanos com doenças (...) e o número que ele referiu, que era de um milhão de venezuelanos no Equador, só poderia ser obtido se 140 autocarros saíssem diariamente durante sete anos da Venezuela", disse Rodríguez em conferência de imprensa.

O governante venezuelano criticou também os números "inflacionados" da entrada de venezuelanos apresentados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros equatoriano, que - garantiu - é "muitíssimo mais pequeno" do que Quito afirma.

"É um mentiroso, e atreve-se a mentir na tribuna das Nações Unidas, porque isso foi o que lhe ordenaram para criar a patranha que está a criar", disse o ministro venezuelano, referindo-se ao discurso proferido por Moreno na Assembleia-Geral da ONU no mês passado.

Perante tais acusações, o Governo de Moreno resolveu pôr fim à presença da embaixadora, uma medida a que Caracas não pode aplicar o princípio de reciprocidade, porque não há embaixador equatoriano na capital venezuelana.

O Governo do Equador classificou hoje como "socialismo corrupto, assassino e mentiroso" a situação política na Venezuela, indicou o secretário nacional de Comunicação equatoriano, Andrés Michelena.

As relações entre os dois países começaram a deteriorar-se desde que Moreno chegou ao poder, em maio de 2017, com uma postura mais crítica que a do seu antecessor, Rafael Correa, em relação à crise humanitária na Venezuela.

A saída da pasta dos Negócios Estrangeiros, em junho, da anterior ministra, María Fernanda Espinosa, agora presidente da Assembleia-Geral da ONU, promoveu também uma crítica mais acentuada no Governo de Quito ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Apesar de tudo isso, o MNE garante, no comunicado hoje divulgado, que o Equador continuará a fornecer ajuda humanitária aos migrantes venezuelanos que chegam ao país.

"O Equador, fiel aos seus princípios democráticos e humanitários, continuará a dar assistência aos cidadãos venezuelanos que entram no país, contribuindo com um esforço económico e social significativo para proteger os seus direitos humanos", sublinha-se na nota.

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