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EUA: Secretário do Tesouro cancela participação em conferência em Riade

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, cancelou hoje a sua participação num fórum económico de Riade, enquanto decorre a investigação do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, juntando-se a dezenas de outras personalidades que cancelaram a participação.

EUA: Secretário do Tesouro cancela participação em conferência em Riade
Notícias ao Minuto

18:25 - 18/10/18 por Lusa

Mundo Steven Mnuchin

"Acabo de me reunir com [o Presidente] Donald Trump e o secretário [de Estado] Pompeo e decidimos que eu não participarei na cimeira 'Future Investment Initiative' na Arábia Saudita", escreveu Mnuchin na rede social Twitter.

Este anúncio, que surge na sequência de uma série de desistências de ir a Riade por parte de ministros, empresários e outros convidados, fez imediatamente cair a bolsa de Nova Iorque, sensível a qualquer elemento que possa perturbar um pouco mais as relações dos Estados Unidos com os seus principais parceiros comerciais.

Muitas personalidades do mundo económico, incluindo norte-americanas, cancelaram a ida a esta conferência que se realiza entre 23 e 25 de outubro em Riade, devido ao caso do desaparecimento e presumível assassínio, em Istambul, do jornalista saudita crítico do regime do seu país, que está a embaraçar o poder saudita.

Jamal Khashoggi, exilado nos Estados Unidos desde 2017 e colaborador do diário The Washington Post, desapareceu depois de ter sido visto a entrar, a 02 de outubro, no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Sob pressão crescente, as autoridades sauditas negam ter conhecimento do paradeiro do jornalista, mas as provas que confirmam a tese do assassínio de Khashoggi começam a acumular-se.

Após uma deslocação à Arábia Saudita, onde se reuniu com o rei e o príncipe herdeiro, o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, afirmou que Washington vai dar "mais alguns dias" a Riade para fornecer explicações sobre o desaparecimento do jornalista.

As autoridades sauditas comprometeram-se a efetuar "uma investigação completa e aprofundada", garantiu hoje Pompeo, à saída de uma reunião com Trump na Sala Oval.

Entre aqueles que cancelaram a participação na cimeira em Riade, figuram a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, os banqueiros John Flint (HSBC), Tidjane Thiam (Crédit Suisse) e Jamie Dimon (JPMorgan) e vários empresários, como Richard Branson, o multimilionário britânico fundador do grupo Virgin, que foi um dos primeiros a desistir de ir.

O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, o ministro do Comércio Internacional britânico, Liam Fox, e o ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, fizeram também hoje saber que não se deslocarão à Arábia Saudita para a conferência.

Entretanto, a polícia turca alargou hoje ao bosque de Belgrado, perto de Istambul, as buscas de pistas sobre o paradeiro do jornalista saudita.

Depois de terem revistado o consulado e a residência oficial do cônsul, as equipas policiais recolheram hoje imagens das câmaras de segurança instaladas à volta do bosque e começaram a realizar buscas na zona, segundo a estação televisiva turca NTV.

O bosque de Belgrado é uma área de 50 quilómetros quadrados na parte europeia de Istambul, perto do Bósforo.

O diário turco Sabah noticiou que as pesquisas se estenderam também à província de Yalova, do outro lado do mar de Mármara.

De acordo com este jornal, uma das carrinhas que saíram do consulado saudita no dia do desaparecimento de Khashoggi foi vista nessa província, que dista cerca de 100 quilómetros por estrada do centro de Istambul.

O ministro da Justiça turco, Abdulhamit Gül, afirmou hoje que a investigação "deve seguir todas as normas internacionais" e que não se pode comentar as diversas hipóteses surgidas na imprensa antes de obter um resultado.

"Há que ter em conta que a investigação está sob sigilo", frisou, em declarações à agência Anadolu, acrescentando que "em termos gerais, se o culpado de um crime se encontra noutro país, pede-se a extradição e é entregue; se não se sabe em que país está, emite-se um mandado de captura na Interpol".

Também a procuradoria-geral turca divulgou hoje um comunicado para salientar que a investigação "cumpre os acordos, tratados e convenções internacionais e prossegue com todo o rigor".

O Governo turco negou-se a comentar os rumores surgidos na imprensa segundo os quais Khashoggi foi torturado, decapitado e esquartejado dentro do edifício do consulado saudita em Istambul.

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