Detidos mais de 3.000 manifestantes na Nicarágua desde abril
O Centro de Direitos Humanos da Nicarágua (CENIDH) afirmou hoje que mais de 3.000 pessoas que participaram em manifestações antigovernamentais no país foram detidas desde abril, quando começou a crise sociopolítica.
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Mundo ONG
Segundo o CENIDH, estes 3.000 manifestantes, dos quais 459 ainda estão presos, passaram pelo "El Chipote", uma prisão da Polícia Nacional que foi denunciada como sendo um centro de torturas, bem como pela "Modelo", de máxima segurança, e "prisões clandestinas".
O CENIDH considera os detidos foram "sequestrados", porque foram tirados de casa ou assaltados nas ruas por polícias e civis encapuçados, sem a apresentação de quaisquer mandados de captura e sem especificação da acusação, nem do sítio onde podem ser encontrados.
Assim, o CENIDH considera os réus "presos políticos", com o argumento de que todos foram acusados de serem terroristas, de fazerem parte de um alegado "golpe de Estado" e mostraram a sua oposição ao Governo do presidente nicaraguense, Daniel Ortega.
A Comissão Internacional de Direitos Humanos e a agência do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos de Humanos responsabilizam o Governo por "mais de 300 mortos", além de execuções extrajudiciais, torturas, obstrução à assistência médica, detenções arbitrárias, sequestros e violência sexual, entre outras violações dos direitos humanos.
As organizações humanitárias locais contabilizam 512 pessoas mortas devido à repressão.
O Governo de Daniel Ortega aceita os números de 199 mortos e mais de 200 detidos, rejeita as denúncias de abusos e sustenta que é vítima de um alegado plano para ser afastado pela força.
Os protestos contra Ortega e a sua mulher, a vice-presidente do país, Rosario Murillo, começaram devido a reformas falhadas da segurança social e converteram-se numa exigência de renúncia do presidente no meio de acusações de autoritarismo.
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