"Parece que os russos formaram um grupo operacional que seguia Skripal muito antes da tentativa de morte", indicou a Radiozurnal ao citar uma "fonte dos serviços secretos digna de confiança".
De acordo com o 'site' de investigação Bellingcat, os dois homens na mira de Londres foram identificados como Alexandre Michkine, um médico empregado pelo serviço de informações militares russo (GRU) e Anatoli Tchepiga, um oficial do mesmo serviço. Michkine utilizava o nome de Alexandre Petrov, e Anatoli Tchepiga terá optado por Rouslan Bochirov.
Os dois homens são acusados por Londres de estarem na origem do envenenamento, utilizando o agente neurotóxico Novitchok, de Serguei Skripal e da sua filha Yulia em 04 de março em Salisbury (sudoeste de Inglaterra). Ambos sobreviveram. Moscovo desmentiu firmemente as acusações.
Alexandre Michkine esteve alojado com o nome de Alexandre Petrov entre 13 e 16 de outubro de 2014 num hotel em Ostrava (nordeste), antes de partir para Praga, enquanto Anatoli Tchepiga se deslocou à capital checa em 11 de outubro do mesmo ano, sob o nome de Rouslan Bochirov, garantiu a fonte citada pela rádio.
"Infelizmente, ignoramos a data da sua partida da República Checa", indicou à agência noticiosa AFP JAnek Kroupa, jornalista de investigação da Radiozurnal que segue este caso.
Ainda segundo a mesma fonte, Serguei Skripal esteve na República Checa na segunda quinzena de outubro de 2014, para ajudar responsáveis locais a identificar presumíveis espiões russos neste país.
O serviço checo de informações civis BIS, à semelhança da polícia, recusaram-se a comentar oficialmente as informações da Radiozurnal.
"Por princípio, o BIS não comenta este género de informações", declarou o porta-voz deste serviço, Ladislav Sticha.
"O nosso departamento não fornecerá qualquer informação", indicou por sua vez Jaroslav Ibehej, porta-voz da Central nacional de combate ao crime organizado.
O Kremlin recusou comentar as informações de Bellingcat sobre a identidade de Alexandre Michkine e d'Anatoli Tchepiga.
Em 12 de setembro, o Presidente russo Vladimir Putin declarou saber quem eram os dois homens indicados por Londres, mas assegurou que eram "civis" e que não estavam envolvidos em qualquer ato "criminoso".