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"Especialistas" deportados da Holanda "não se escondiam", garante Lavrov

O MNE russo, Serguei Lavrov, disse hoje que os "especialistas" acusados pela Holanda de ciberespionagem contra a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) "não se esconderam" durante a sua viagem a Haia, de onde foram deportados em abril.

"Especialistas" deportados da Holanda "não se escondiam", garante Lavrov
Notícias ao Minuto

14:26 - 08/10/18 por Lusa

Mundo Rússia

"Não havia nada de secreto na viagem dos especialistas russos a Haia em abril deste ano. Foi uma viagem rotineira, não se esconderam, nem quando se registaram no hotel, nem quando chegaram ao aeroporto nem quando visitaram a nossa embaixada", disse Lavrov em conferência de imprensa conjunta em Moscovo com o seu homólogo italiano, Enzo Moavero Milanesi.

O chefe da diplomacia russa não especificou a função dos "especialistas" russos que entraram na Holanda com passaportes diplomáticos, nem qual o objetivo da sua deslocação à capital holandesa.

"Foram detidos, e sem nenhuma explicação nem a possibilidade de contactar com representantes da nossa embaixada na Holanda foram convidados a sair [do país]. Para mais, não houve protestos dirigidos a nós por esse incidente, nem em Moscovo nem em Haia", acrescentou.

Lavrov assegurou que um dia antes de tornar públicas as acusações contra a Rússia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros holandês convocou o embaixador russo nesse país para lhe entregar uma nota de protesto.

"À pergunta do embaixador sobre os factos concretos e materiais" em que se baseavam as acusações, foi referido que os detalhes seriam revelados "na conferência de imprensa do Ministério da Defesa" holandês.

O ministério russo lamentou que as autoridades da Holanda optassem por tornar públicas as suas denúncias ao prescindirem de recorrer aos mecanismos diplomáticos.

"Julgo que estamos de novo perante um exemplo de 'diplomacia de microfone', de desprezo pelos mecanismos legais criados para solucionar problemas nas relações entre países, Rússia e Holanda incluídos", apontou.

Lavrov também argumentou que o momento escolhido para emitir as acusações não foi casual.

Nesse dia, em Bruxelas, "celebrou-se uma reunião de ministros da Defesa da NATO, algo que terá de ser considerado se falamos de coincidências".

Na quinta-feira, a Holanda e o Reino Unido, apoiados por Estados Unidos, Canadá e Austrália, denunciaram em declaração conjunta os "inaceitáveis" ciberataques russos em todo o mundo e advertiram que a alegada tentativa dos serviços secretos russo de atacar a rede da OPAQ demonstra que à Rússia "não lhe importa a ordem legal".

Previamente, o Kremlin tinha já considerado que a Holanda não apresentou qualquer prova sobre as acusações de que espiões russos promoveram, em abril, um ataque à OPAQ, em Haia.

Questionado esta manhã pelos jornalistas sobre se os elementos apresentados pela Holanda, nomeadamente os passaportes diplomáticos usados pelos quatro agentes constituem prova, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu "não".

"Há canais habituais de trabalho (...) Que apresentem os documentos, as provas e as informações por esses canais e estamos disponíveis para os analisar. Não tencionamos falar de tais assuntos por intermédio da comunicação social", acrescentou.

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