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Urnas já abriram em São Tomé. Processo decorre "com normalidade"

Adelino Santos, 47 anos, vive entre Portugal e São Tomé e Príncipe, mas ficou de propósito no seu país para votar nas eleições legislativas e autárquicas de hoje - os emigrantes são-tomenses não podem participar neste processo eleitoral no estrangeiro.

Urnas já abriram em São Tomé. Processo decorre "com normalidade"
Notícias ao Minuto

09:23 - 07/10/18 por Lusa

Mundo Eleições

"Temos de votar, é um dever cívico. A nossa democracia é um processo maduro", comentou à Lusa.

No estrangeiro, os são-tomenses apenas votam nas presidenciais, e, apesar de ter sido uma promessa do atual primeiro-ministro, Patrice Trovoada (Ação Democrática Independente), ainda não podem votar nas legislativas.

Na escola 1.º de Junho, nos arredores da capital, há filas para votar, mas o ambiente é tranquilo.

"O processo de campanha é que é tudo menos transparente, porque os partidos não prestam contas", criticou.

À sua frente, uma mulher aguarda a sua vez. "Estou feliz, vou votar".

Estão 25 graus e cai uma chuvinha persistente, um fator que, na opinião de alguns, pode atrapalhar o voto.

"Com sol, poucos votam. Com chuva, ainda é pior", lamenta.

Em São Tomé e Príncipe, há quem acredite que a chuva "atrasa o destino".

Outro eleitor recusa superstições: "Todo o mundo vai votar, mesmo com chuva".

Na escola D. Maria de Jesus, no centro de São Tomé, cerca de dez pessoas esperam para votar em cada uma das duas mesas de voto, que abriram cerca das 07:30 (mesma hora em Lisboa).

Uma mulher impacienta-se: "Embora! Quero ir votar. Se não é para votar, então vou embora".

Do exterior, um homem dá instruções à mesa de voto: "É assim, rápido", diz, enquanto explica que o processo de votação "depende do dinamismo da mesa"

Um homem, cabelo e bigode grisalhos, passeia no recreio da escola. À pergunta sobre se já votou, responde: "Ainda", enquanto agita a mão, em sinal de não, antes de justificar: "A mesa ainda está um bocado confusa".

Na escola Patrice Lumumba, também no centro da capital, os primeiros votos foram depositados já depois das 07:40, mas cerca de 30 minutos depois, praticamente não havia fila.

"As pessoas têm os seus afazeres e vêm votar mais tarde", disse à Lusa um delegado naquela mesa de voto.

As cabines de voto são estruturas todas iguais, em cartão, e em que os eleitores ficam de costas ou de lado para a mesa de voto - uma alteração introduzida na lei eleitoral para evitar situações de fraude, como o fenómeno da compra de votos (?banho'), em que os votantes fotografavam, com o telemóvel, o boletim de voto para depois mostrar, no exterior.

Numa esquina no centro da capital são-tomense, dezenas de pessoas esperam, sentadas no passeio ou em pé. Passa pouco das 08:00 e uma vendedora ambulante já vendeu todo o iogurte.

Estas pessoas vivem na capital, mas votam nos seus locais de origem, no sul da ilha, como Angolares, Porto Alegre ou ilhéu das Rolas.

"Prometeram boleia, mas ninguém apareceu aqui até agora e está a ficar tarde", reclama uma mulher. Quem prometeu? "O partido ADI", responde.

A missão de observação eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) está espalhada pelos seis distritos do país desde as 06:00.

"Na grande maioria, as mesas abriram a horas [07:00]. Algumas foram um pouco mais tarde", disse à Lusa fonte da CPLP, indicando que o processo está "a decorrer com toda a normalidade, até agora".

Mais de 97 mil eleitores de São Tomé e Príncipe escolhem hoje o futuro primeiro-ministro do país, com Patrice Trovoada a pedir a renovação da maioria absoluta e Jorge Bom Jesus a procurar levar o MLSTP-PSD ao poder.

Os são-tomenses vão eleger os 55 lugares da Assembleia Nacional, as lideranças das seis câmaras distritais da ilha principal e o novo governo regional da ilha do Príncipe.

As 247 mesas de voto em todo o país abriram às 07:00 e encerram às 18:00, estando inscritos um total de 97.274 eleitores.

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