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Candidatos às presidenciais no Brasil criticam polarização no país

Os sete candidatos presidenciais que disputam as eleição no Brasil no domingo aproveitaram o último debate para criticar a polarização existente no país, preconizada por Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.

Candidatos às presidenciais no Brasil criticam polarização no país
Notícias ao Minuto

07:47 - 05/10/18 por Lusa

Mundo Eleições

Os candidatos referiam-se à crescente divisão no país representada pelo candidato de extrema-direita do Partido Social Liberal (PSL) Jair Bolsonaro, líder das sondagens com 35% das intenções de voto, e o seu concorrente imediato Fernando Haddad, afilhado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT), em segundo lugar com 22% da preferência do eleitorado.

Muito atacado por todos os candidatos, Bolsonaro não participou neste debate realizado, quinta-feira à noite, pela TV Globo porque ainda está a recuperar de um ataque que sofreu no dia 6 de setembro, quando foi esfaqueado alvejado durante um comício na cidade brasileira de Juiz de Fora.

"Eu acho que um Presidente a ser eleito nestas circunstâncias não vai governar. Teremos outro impeachment [processo de destituição]", disse o candidato Ciro Gomes, que disputa a eleição pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e tem 11% das intenções de voto.

Geraldo Alckmin, candidato pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que conta com o apoio de cerca de 8% dos brasileiros, frisou que o país não voltar a repetir os erros do PT, que representa a esquerda e governou o país por 13 anos deixando o Brasil na maior crise económica da sua história.

"Também não podemos seguir pelo caminho dos radicais de direita, que não têm sensibilidade, tanto com as mulheres, como com os trabalhadores ameaçados pela criação de novos impostos", criticou Alckmin.

A mesma tese for reforçada pela candidata do Partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva, com 4% dos votos, que concordou com a análise de que um Presidente eleito num contexto de polarização e radicalização não terá condições de governar.

"Se o ambiente permanece assim, com os eleitores a votar porque têm medo do Bolsonaro ou medo de Haddad (...) o Brasil vai viver nos próximos quatro anos uma situação de instabilidade económica completa, política e social", disse.

Marina Silva acrescentou que há oito anos que está a avisar para o facto de o Brasil estar a caminhar para uma situação de ódio e separação e, nesse sentido, pediu aos eleitores que não decidam o voto com base no medo no ódio.

O candidato Henrique Meirelles, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido do atual Presidente Michel Temer que está com 2% de apoio do eleitorado brasileiro, realçou que o "ódio não gera emprego", lembrando que em 1989, primeira eleição direta no país após redemocratização, a população elegeu Fernando Collor de Melo pensando que era um "salvador da pátria", como agora se apresenta Bolsonaro aos eleitores.

Durante o mandato de Fernando Collor de Melo o país caiu numa grave crise que terminou em tragédia, lembrou.

Já Haddad aproveitou a ausência de Bolsonaro para criticar as propostas polémicas defendidas pelos conselheiros do seu principal rival, como a criação de novos impostos que afetam os pobres e a suspensão de alguns direitos dos trabalhadores, incluindo o salário adicional em dezembro e o subsídio de férias.

Se as previsões das sondagens estiveram certas, Bolsonaro e Haddad disputarão a segunda volta das presidenciais no dia 28 de outubro, cenário em que atualmente aparecem tecnicamente empatados no que se refere a intenções de voto dos eleitores.

A primeira volta das presidenciais brasileiras realizam-se no domingo, 7 de outubro.

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