Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
20º
MIN 15º MÁX 21º

Crianças do ilhéu das Rolas "ganharam" barco para irem à escola

Adler dos Santos, um morador no ilhéu das Rolas, tinha de apanhar todas as noites um barco para a ilha principal de São Tomé e Príncipe para frequentar as aulas do 12.º ano.

Crianças do ilhéu das Rolas "ganharam" barco para irem à escola
Notícias ao Minuto

23:02 - 01/10/18 por Lusa

Mundo São Tomé

Ali, só há uma escola do ensino primário e, atualmente, cerca de 25 crianças e jovens, a partir do 5.º ano, têm de viajar diariamente para Porto Alegre, a cerca de 20 minutos de barco, para prosseguir os estudos, aproveitando boleias dos pescadores ou de funcionários do grupo Pestana, que tem um hotel no ilhéu.

O Governo são-tomense ofereceu hoje à comunidade do ilhéu um barco para transporte escolar, que vai passar a assegurar a travessia diária das crianças.

"No início do ano nós estivemos aqui e os pais colocaram este problema de que as crianças saíam daqui muito cedo para frequentar a escola secundária de Porto Alegre", afirmou o ministro da Educação, Ciência, Cultura e Comunicação, Olinto Daio, na cerimónia de entrega do barco.

O Governo da Ação Democrática Independente (ADI), salientou, fez uma aposta na educação e não quer ficar por aqui.

"Reduzimos o custo e o transporte escolar, expandimos a rede de transporte escolar e, pela primeira vez, temos também transporte marítimo, para facilitar a integração da criança. Uma das nossas metas é garantir o acesso, no mínimo, ao 9.º ano de educação a todas as crianças", disse o governante.

Alexandre dos Santos, professor da escola primária do ilhéu, com 18 alunos, referiu que a dificuldade de chegar à ilha principal "era um calcanhar de Aquiles".

"Agora, as crianças vão no horário próprio", o que vai facilitar que "possam continuar os seus estudos", considerou.

A medida foi recebida com satisfação por pais e alunos.

Em nome das crianças, Adler dos Santos mencionou que a medida vai "facilitar [a vida dos estudantes] de uma forma extraordinária".

"Para irem para Porto alegre, os alunos iam às 03:00, tinham de sentar, esperar pela manhã para ir para a escola. Agora os alunos já não vão de noite, vão de manhã", sustentou uma mãe, Domingas José.

O ministro distribuiu também coletes de segurança para as crianças e prometeu entregar em breve capas para a chuva, e deixou um aviso à população das Rolas.

"Entregámos o barco à comunidade, vamos continuar a financiar o custo com combustível, mas cabe à comunidade fazer a manutenção, cuidar o motor do barco, que não é uma coisa barata. O barco não é para a pesca, é [para] transporte escolar", advertiu.

Olinto Daio apelou ainda para que as crianças sejam transportadas em segurança.

"Atenção, não é preciso levar tanta criança no barco. Ir devagar, sabemos que esse mar, quando há tempestade, é bravo. Não é preciso encher o barco, vale [mais] a pena fazer duas viagens do que ir toda a gente de uma vez", sublinhou.

A menos de uma semana das eleições legislativas e autárquicas de São Tomé e Príncipe e regionais da ilha do Príncipe, o governante aproveitou para entregar brindes da campanha da ADI.

Este domingo, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) criticou o Governo por estar a inaugurar obras em plena campanha eleitoral.

Instado a comentar as críticas do maior partido da oposição, Olinto Daio sustentou que "há uma diferença".

"Antigamente, esses partidos, na campanha, iam lançar pedras e depois não faziam. Nós estamos a inaugurar, quer dizer que fizemos, é uma obra feita, estamos a inaugurar coisas concretas", apontou, comentando que "ninguém anda a pedir o cartão de militante do partido" aos populares para utilizarem os equipamentos agora inaugurados pelo executivo.

"Não vamos trabalhar porque há campanha? Não, temos de trabalhar, temos de fazer aquilo que deve ser feito e o povo tem olho para avaliar", sustentou.

Com três quilómetros quadrados, o ilhéu das Rolas tem como principal atividade económica o turismo, impulsionado por um empreendimento de luxo do grupo português Pestana. O local, que é atravessado pela Linha do Equador, tem cerca de 150 habitantes.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório