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Condenada a dois anos de prisão por revelar caso de assédio que sofreu

Amnistia Internacional denuncia sentença em que "a sobrevivente é que é punida enquanto o abusador continua à solta”. Amal Fathy terá ainda um segundo julgamento, em que terá de enfrentar a acusação de pertença a um grupo terrorista.

Condenada a dois anos de prisão por revelar caso de assédio que sofreu
Notícias ao Minuto

11:24 - 01/10/18 por Notícias Ao Minuto

Mundo Egito

Uma mulher egípcia que publicou um vídeo a denunciar uma situação de assédio sexual por que passou foi condenada a dois anos de prisão por “divulgar notícias falsas”.

Conta o The Guardian que Amal Fathy, atriz e ativista, publicou um vídeo na sua conta de Facebook, em maio, em que divulgou os detalhes do assédio de que foi alvo num banco, culpando o governo egípcio por falhar na proteção das mulheres.

Dois dias depois desta publicação, as forças de segurança egípcias entraram na casa da ativista e detiveram-na, juntamente com o marido e com o filho, que acabariam depois por ser libertados.

Amal Fathy foi a julgamento, acusada de divulgar notícias falsas com o objetivo de prejudicar o estado egípcio e de posse de “material indecente”. Foi condenada a dois anos de prisão e a uma multa de cerca de 450 euros.

A ativista terá ainda de passar por um segundo julgamento, em que está acusada de pertencer a uma organização terrorista.

A Amnistia Internacional saiu em defesa de Amal e condenou a sentença. “Este é um caso revoltante de injustiça, em que a sobrevivente é que é punida enquanto o abusador continua à solta”, disse Najia Bounaim, diretora da organização de defesa dos direitos humanos no Norte de África.

“Ela [Amal Fathy] é uma defensora dos direitos humanos e uma sobrevivente de assédio sexual, que contou a sua verdade ao mundo e salientou a questão vital da segurança das mulheres no Egito. Ela não é uma criminosa e não deve ser punida pela sua bravura”, acrescentou Bounaim.

Segundo um relatório das Nações Unidas, datado de 2013, 99% das egípcias já passou por alguma experiência de assédio sexual. Um outro relatório da Thomson Reuters Foundation descreve o Cairo como “a mais perigosa megacidade no mundo para as mulheres”.

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