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Fretilin critica instrumentalização dos órgãos de soberania

O maior partido timorense, a Fretilin, atualmente na oposição criticou hoje o que diz ser a "instrumentalização dos órgãos de soberania pelo poder informal", apelando aos líderes nacionais para "se unirem na libertação do povo".

Fretilin critica instrumentalização dos órgãos de soberania
Notícias ao Minuto

11:39 - 30/09/18 por Lusa

Mundo Timor-Leste

Esta foi uma das recomendações que saiu do retiro político de dois dias que dirigentes, quadros superiores e militantes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) mantiveram este fim de semana em Viqueque, sudeste de Díli.

Em comunicado assinado pelo secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, e enviado à Lusa, o partido deixa várias recomendações depois de um debate centrado no tema: "Ampliar a inclusão para reforçar a democracia".

No contexto de tensão política que tem marcado Timor-Leste no último ano, a Fretilin explica ter analisado questões como "os fundamentos da legitimidade democrática num sistema multipartidário" e o "contínuo diferendo entre os líderes da libertação da pátria".

Os participantes no encontro "rejeitam ardentemente a instrumentalização dos órgãos de soberania pelo poder informal, pondo em causa a integridade das instituições do Estado, o processo de construção do Estado e o reforço a democracia no país", refere o comunicado.

O texto alude a algumas das polémicas recentes, incluindo críticas à ação do Presidente da República - que ainda é presidente da Fretilin -, considerando que as suas posições "assumidas (...) na gestão dos assuntos do Estado são uma forma educativa de toda a sociedade e, em particular, da classe política".

Refere-se ainda ao polémico relatório da Câmara de Contas sobre a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) - presidida por Mari Alkatiri - que aponta várias irregularidades, e que, para a Fretilin, "é utilizado para fins políticos".

Motivo pelo qual o partido "alerta os órgãos de soberania competentes para as tentativas de instrumentalização dos órgãos judiciais para interesses partidários ou de grupos", refere ainda o comunicado.

Num quadro de tensão entre os principais líderes históricos do país, os partidos no retiro "apelam aos líderes da libertação da pátria para se unirem na libertação do povo" e para "virarem a página rumo a um novo clima político".

"É tempo de reunir as diferenças, é tempo de cerrarmos as fileiras, é tempo de apostar na excelência para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste, é tempo de ampliarmos a inclusão para reforçar a democracia e, em suma, é tempo de sermos 'um por todos e todos por um'", refere o texto.

O mote 'um por todos e todos por um' foi o lema do VI Governo, liderado por um dirigente da Fretilin, Rui Maria de Araújo, mas apoiado por uma coligação liderada pelo Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão.

O Retiro Nacional de Viqueque contou com a presença dos dirigentes dos órgãos nacionais e subnacionais do partido, as organizações filiadas, sociais e profissionais e ainda dirigentes e militantes dos "aliados", nomeadamente o PD e o PUDD.

A reunião analisou o desempenho do partido nas eleições legislativas de 2017 e a eleição antecipada de 2018, deixando várias recomendações à Comissão Política Nacional e ao Comité Central.

Além da necessidade de "formação político-patriótica dos militantes e quadros do partido", o retiro recomendou a "reorganização das estruturas" partidárias e aumentar o contacto com o eleitorado, especialmente os jovens.

"Envolvimento dos militantes em atividades produtivas, com vista a melhorar as fontes de rendimento do agregado familiar" e "manter a postura de diálogo tendo em vista ampliar a inclusão para reforçar a democracia" foram outras recomendações.

O Retiro Nacional conclui-se com uma cerimónia comemorativa do 44º aniversário da Fretilin.

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