Ministro Di Maio diz que Itália não está à procura de confrontos com UE
O vice-primeiro-ministro de Itália Luigi di Maio disse hoje que Roma não quer confrontos com a União Europeia, após Roma anunciar na quinta-feira uma subida do défice para 2,4% do PIB.
© Reuters
Mundo PIB
"Agora começa o diálogo com a UE e com os grandes investidores privados e não temos a intenção de procurar um confronto", disse o também ministro do Desenvolvimento Económico de Itália aos media.
O Governo italiano acordou na quinta-feira aumentar o défice para os próximos três anos até 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), como pediam os dois partidos que formam o executivo de coligação, o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga, e contra os avisos do ministro da Economia, Giovanni Tria, que não queria subir o défice acima de 1,6%.
A decisão surge no chamado Documento de Economia e Finanças (DEF), que Itália publica anualmente e que apresenta o quadro macroeconómico para o país para o ano em curso e os objetivos para o triénio seguinte.
Este DEF tem ainda de ser aprovado no Parlamento, onde o M5S e a Liga têm maioria.
O comissário europeu de Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, advertiu hoje que esta subida do défice está fora das regras europeias e disse querer negociar com Roma para evitar uma crise entre as duas partes.
Di Maio admitiu que "as preocupações (de Moscovici) são legítimas", mas garantiu que o Governo visa não prejudicar a economia do país.
Em Itália, os investidores não receberam bem a decisão do Governo e a bolsa de Milão estava hoje a perder mais de 2% duas horas depois da abertura.
O presidente da associação patronal italiana, Vincenzo Boccia, avisou que o executivo italiano tem agora de mostrar que as suas decisões de aumentar a despesa pública se converterão em crescimento económico e numa redução do desemprego.
Os partidos da oposição criticaram o Governo por aumentar o défice em 0,8 pontos percentuais sobre os 1,6% que defendia o ministro Tria.
"Aumentar o défice é uma loucura. (...) Temos de estar preocupados", disse o deputado de Forza Italia Alessandro Cattaneo, nas redes sociais.
Para o coordenador do partido +Europa Benedetto Della Vedova, o ministro da Economia "tentou ser razoável para conduzir a Itália para uma zona de segurança", mas cedeu às pressões do M5S e da Liga.
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