Ativista russo das Pussy Riot acredita que foi envenenado por autoridades
O ativista do grupo de protesto Pussy Riot hospitalizado em Berlim, Piotr Verzilov, acredita "firmemente" ter sido envenenado pela Rússia, talvez pela sua intenção de investigar a morte de três jornalistas russos na República Centro-Africana.
© Reuters
Mundo Rússia
Piotr Verzilov, de 30 anos, foi hospitalizado em estado grave em Berlim há cerca de dez dias, depois de ser transferido de Moscovo por uma organização não-governamental.
Os médicos em Berlim acreditam que o ativista foi "muito provavelmente" vítima de envenenamento.
"Estou bem de novo, espero sair o mais rápido possível e quero voltar para a Rússia", disse Verzilov numa entrevista divulgada na hoje pelo jornal alemão Bild.
Piotr Verzilov é um dos quatro membros do grupo Pussy Riot que entraram em campo durante a final do Mundial de Futebol na Rússia, em julho, vestindo uniformes da polícia.
Também é o fundador do sítio eletrónico Mediazona, que fornece informações sobre os julgamentos de defensores dos direitos humanos na Rússia.
"Há duas razões possíveis pelas quais os serviços secretos russos poderiam ter-me envenenado: por um lado, a ação da final do Mundial do Futebol, que os envergonhou, e por outro lado, as minhas ligações com os três jornalistas russos assassinados em África", disse o ativista na entrevista ao Bild.
Os três jornalistas foram mortos a tiro a 30 de julho na República Centro-Africana, onde estavam a investigar - para uma empresa de comunicação fundada pelo oponente do Kremlin, Mikhail Khodorkovsky - um grupo oculto de mercenários russos.
Verzilov trabalhou com um destes jornalistas assassinados.
"Eu queria e quero investigar o que aconteceu com os três jornalistas. Talvez seja por isso que os serviços secretos me tentaram envenenar. Penso que é o mais provável do que pelo ato num jogo do Mundial de Futebol", argumentou o ativista.
"Acredito firmemente que os serviços de informação russos são a fonte do meu envenenamento, talvez a GRU", o serviço de informação militar, diz Verzilov.
"O envenenamento foi tão profissional" que não poderíamos concluir outra coisa", acrescentou.
A sua hospitalização ocorreu num momento em que o caso Skripal já envenenava as relações entre os ocidentais e Moscovo.
O Governo britânico acusou duas pessoas que identificou como agentes dos serviços de informação militar russa (GRU) de envenenarem Sergueï Skripal e sua filha em Salisbury, na Inglaterra, em março. Essas acusações são rejeitadas pela Rússia.
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