"Segundo os nossos especialistas militares, essa tragédia foi causada por ações premeditadas dos pilotos israelitas, o que certamente não pode não prejudicar as relações russo-israelitas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
O incidente ocorreu há uma semana e, segundo Moscovo, os israelitas usaram o avião russo IL-20 como escudo durante o ataque aéreo à Síria, o que forçou a Rússia a tomar a decisão de fornecer à Síria o sistema com mísseis antiaéreos S-300, acrescentou Peskov.
A Rússia anunciou hoje que fornecerá dentro de duas semanas um sistema com mísseis antiaéreos S-300 à Síria, para permitir que as forças do Governo sírio possam defender-se contra ataques aéreos como o lançado na semana passada por Israel.
"As forças armadas sírias receberão dentro de duas semanas um sistema de mísseis antiaéreos S-300 capaz de intercetar ataques aéreos a uma distância superior a 250 quilómetros e simultaneamente atacar vários objetivos", disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, num comunicado divulgado pelo seu gabinete.
A queda do avião russo ocorreu na sequência de tentativas israelitas de bombardear o território de Latakia e da subsequente resposta das forças de defesa antiaérea síria.
O porta-voz Ministério russo, general Igor Konashenkov, descreveu como "falta de profissionalismo" e "negligência criminosa" as ações dos pilotos israelitas na área do acidente do avião russo e acusou-os de usar o aparelho como um escudo contra a defesa antiaérea síria.
Os S-300, semelhantes ao Patriot US, permitirão à Síria enfrentar um ataque aéreo israelita ou norte-americano com caças da classe Stealth, helicópteros, bombardeiros e mísseis balísticos, segundo os especialistas.
Essas baterias, que têm alcance de até 250 quilómetros, podem permitir que a Síria use um escudo antimíssil invulnerável para defender as suas infraestruturas vitais contra um possível ataque externo.