May reconhece impasse, mas prefere falta de acordo a um mau acordo
As negociações entre Bruxelas e Londres mantém-se num impasse.
© Reuters
Mundo Brexit
Numa declaração feita na sua residência oficial, May considerou inaceitável que a União Europeia tenha rejeitado o seu plano sem apresentar uma alternativa.
May disse que as posições de Bruxelas e Londres estão "muito distantes" em dois assuntos: a futura relação económica e a solução para a fronteira da Irlanda do Norte com a República da Irlanda.
Sobre a futura relação, queixa-se de a UE ter oferecido apenas duas opções, uma que implicaria a permanência na união aduaneira e outra que seria um acordo de comércio livre, mas que consideraria a Irlanda do Norte como parte do mercado único.
A primeira, argumentou, significaria que o Reino Unido teria de cumprir "todas as regras da UE, a imigração descontrolada da UE continuaria" e Londres não poderia fazer acordos comerciais com outros países.
"Isso seria ridicularizar o referendo que tivemos há dois anos", disse.
A segunda opção implicaria, não só controlos alfandegários na fronteira entre as duas Irlandas, mas também entre a Irlanda do Norte e a Grã-Bretanha, o que considera inaceitável.
"Qualquer coisa que não respeite o referendo ou que efetivamente divida o nosso país em dois seria um mau acordo e eu sempre disse que nenhum acordo é melhor que um mau acordo", vincou.
May considera que uma terceira opção, o chamado plano 'Chequers', que criaria uma área de livre comércio para bens depois do 'Brexit' entre a UE e o Reino Unido, resolveria não só a questão da fronteira, mas também evitaria consequências económicas para os dois lados.
Porém, esta foi rejeitada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, com o argumento de que prejudicaria o mercado único.
Esta resposta, bem como as críticas de outros líderes europeus, foi considerada uma "humilhação" por vários diários britânicos nas edições de hoje.
May queixa-se de Tusk não ter explicado em detalhe porque rejeitou a proposta britânica nem ter oferecido uma alternativa.
"Por isso estamos num impasse. Ao longo deste processo tratei a UE com respeito. O Reino Unido espera o mesmo. Um bom relacionamento no final deste processo depende disso. Nesta fase tardia das negociações, não é aceitável simplesmente rejeitar as propostas da outra parte sem uma explicação detalhada e contrapropostas", criticou.
Apelando a Bruxelas para apresentar uma nova proposta para as negociações poderem avançar, avisou que o Reino Unido continua a fazer preparativos para a eventualidade de não existir um entendimento.
Para concluir, May assumiu o compromisso de proteger os direitos dos cerca de três milhões de cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, mas também avisou que não fará cedências sobre o 'Brexit' e a fronteira da Irlanda do Norte.
"Deve ficar claro para a UE: não vou anular o resultado do referendo. Nem vou dividir com o meu país".
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