Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
18º
MIN 11º MÁX 18º

Ex-presidente do grupo editorial Feltrinelli morre em Milão aos 87 anos

A antiga presidente do grupo editorial Feltrinelli, Inge Schönthal Feltrinelli, uma das personalidades mais influentes no mundo da cultura italiana e europeia do século XX, morreu hoje, em Milão, aos 87 anos, anunciou a casa editora.

Ex-presidente do grupo editorial Feltrinelli morre em Milão aos 87 anos
Notícias ao Minuto

12:48 - 21/09/18 por Lusa

Mundo Editora

Presidente do importante grupo editorial italiano desde 1972, foi considerada a "senhora dos livros" e conduziu com "grande êxito" a editora após a morte do fundador e marido, Giangiacomo Feltrinelli.

Sob a sua direção, a editora publicou autores como Marguerite Duras, Isabel Allende, Manuel Vásquez Montalbán, Gabriel García Márquez, Daniel Pennac, Antonio Tabucchi, Banana Yoshimoto e Stefano Benni.

Nascida em 1930, em Essen, Alemanha, de uma família judia, Inge Schönthal conheceu Giangiacomo Feltrinelli, fundador da editora, em 1954, em Hamburgo, e em 1958 mudou-se para Milão.

Na altura trabalhava como fotógrafa de grande êxito e fixou, com a sua máquina fotográfica, imagens de referência de pessoas como John Fitzgerald Kennedy, Winston Churchill, a atriz Greta Garbo, o pintor Pablo Picasso e o escritor Ernest Hemingway.

Viúva de Giangiacomo Feltrinelli e mãe de Carlo Feltrinelli, agora presidente do grupo, e diretora executiva da editora italiana, Inge Schönthal Feltrinelli viveu uma vida rodeada de livros, livreiros, editores, escritores e leitores, um verdadeiro ícone da cultura internacional.

Depois de 1967, Giangiacomo - que pertencera ao Partido Comunista Italiano e ao Grupo de Combate Legnano, de resistência à ocupação nazi, durante a II Guerra Mundial -, passou à clandestinidade, com a criação de um grupo de esquerda daquela época, o Gruppi di Azione Partigiana (GAP), deixando à mulher a total administração da editora.

Em 1972, com a morte do marido, durante a preparação um atentado, Inge tornou-se, juntamente com o filho, a herdeira universal do património, cabendo-lhe conduzir o destino da Feltrinelli.

"Deixa-nos uma mulher que soube distinguir a qualidade e que trouxe a Itália e Milão, durante os últimos cinquenta anos, escritores, editores, intelectuais internacionais, estimulando um contexto de inestimável riqueza, assinalou o grupo editorial em comunicado.

Hoje, na página de abertura do seu 'site', surge uma fotografia de Inge Feltrinelli, com uma citação sua - "Os livros são tudo, os livros são a vida" -, com a promessa do grupo editorial: "Seguiremos o seu exemplo".

O presidente da Associação Italiana de Editores (AIE), Ricardo Franco Levi, anunciou que, a 10 de outubro, durante a próxima Feira do Livro de Frankfurt, a mais importante da Europa, Inge Feltrinelli será recordada por todos os seus pares, no pavilhão italiano.

O ministro da Cultura de Itália, Alberto Bonisoli, declarou que "Inge Feltrinelli representou para o mundo da edição e da cultura um ponto de referência fundamental das últimas décadas".

Durante o dia de hoje, todas as livrarias da casa editorial vão recordar Inge, tocando, em sua honra, a música "Valzer brillante", do filme "O Leopardo".

A casa Feltrinelli editou o romance póstumo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, na base do filme de Luchino Visconti, em 1958, depois de a obra ter sido recusada pelos principais editores italianos.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório