China espera que as duas Coreias implementem acordo "com sinceridade"
O Governo chinês afirmou hoje desejar que as duas coreias implementem "com sinceridade" o acordo alcançado durante a cimeira celebrada em Pyongyang, visando alcançar uma paz duradoura na região.
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Mundo Diplomacia
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram hoje uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington.
"Os laços bilaterais estão a melhorar, permitindo baixar a tensão militar na região, e avançar rumo à desnuclearização e negociações para a paz", afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.
"Esperamos que ambas as partes implementem com sinceridade a importante declaração (...) visando contribuir para uma solução pacífica do problema na península e garantir uma paz duradoura na região", acrescentou.
Durante a cimeira, os ministros da Defesa das duas coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques fronteiriços entre os respetivos exércitos.
De acordo com o documento, os dois países vão suspender - a partir do dia 01 de novembro - as respetivas manobras junto à fronteira terrestre e eliminar 11 postos militares de fronteira até ao final do ano.
As duas Coreias vão estabelecer também uma zona de restrição aérea junto à linha de divisão e determinar uma zona junto à fronteira marítima em que vão ser proibidas manobras navais.
O mesmo documento refere que o acordo assinado hoje prevê o alívio da tensão militar entre os dois países.
Antes da visita a Pyongyang, Moon Jae-in defendeu que a implementação das novas medidas sobre a diminuição da atividade militar na fronteira é "um grande passo" para o estabelecimento da paz na península, além de promover a melhoria das ligações entre os dois países.
Segundo o chefe de Estado da Coreia do Sul, o acordo militar de fronteira favorece também o diálogo da Coreia do Norte com a administração norte-americana sobre a desnuclearização.
Na declaração conjunta assinada hoje por Moon e Kim, Pyongyang compromete-se a tomar medidas para o encerramento da central norte-coreano de Yongbyon, considerada como o "epicentro" do programa nuclear, tal como ficou decidido na Cimeira de Singapura.
A declaração conjunta prevê também aumentar as trocas transfronteiriças no sentido do desenvolvimento económico comum e, em concreto, o empreendimento de ligações ferroviárias e rodoviárias antes do final do ano.
Por último, foi decidido promover reuniões de famílias separadas pela guerra (1950-1953), através de ligações vídeo e a abertura de um gabinete na cidade fronteiriça norte-coreana para que os civis dos dois países possam localizar familiares.
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