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Erdogan anuncia reforço da presença militar turca em Chipre

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, revelou hoje que o seu país vai reforçar a presença militar na parte norte da ilha dividida de Chipre, imposta na sequência da intervenção do exército da Turquia em 1974.

Erdogan anuncia reforço da presença militar turca em Chipre
Notícias ao Minuto

14:46 - 17/09/18 por Lusa

Mundo Turquia

"Não vamos reduzir o número dos nossos soldados aí, mas pelo contrário, vamos aumentá-lo", declarou Erdogan aos jornalistas a bordo do avião no regresso de uma vista ao Azerbaijão.

Chipre, com um milhão de habitantes e cerca de um terço da superfície do Alentejo, está dividida desde a invasão da parte norte da ilha pelo exército turco em 1974.

A intervenção surgiu na sequência da tentativa fracassada de um golpe de Estado promovido por setores ultranacionalistas cipriotas gregos, coniventes com a Junta militar então no poder em Atenas, que pretendiam a união do país à Grécia.

Esta perspetiva tinha suscitado uma profunda inquietação entre minoria cipriota turca, num país independente da tutela britânica desde 1960, mas com frequentes conflitos interétnicos.

A República de Chipre, membro da União Europeia (UE) desde 2004 -- e da zona euro desde 2008 -- apenas controla os dois terços desta ilha do Mediterrâneo oriental, com cerca de 37% do território a norte sob domínio da autoproclamada República Turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida por Ancara e ocupada pelo exército turco.

Cerca de 35.000 soldados turcos estão estacionados na RTCN, e a sua presença permanece um dos principais obstáculos ao progresso das negociações sobre a reunificação da ilha.

A última ronda negocial, em julho de 2017, sob os auspícios da ONU, voltou a fracassar.

No entanto, e ao contrário de recentes informações dos media, Erdogan assegurou hoje que o seu país não prevê estabelecer uma base naval em Chipre.

"Não temos necessidade de construir aí uma base naval", disse, sublinhado que o seu país se encontra a "alguns minutos" das costas cipriotas turcas.

O chefe de Estado da Turquia considerou que a presença de uma base turca na RTCN teria essencialmente "uma dimensão psicológica".

"Se sentirmos essa necessidade, vamos fazê-lo", acrescentou.

As tensões entre a Turquia, e os aliados Chipre e Grécia, concentraram-se nos últimos meses na exploração das jazidas de gás que decorrem em águas cipriotas.

Ancara tem exigido a suspensão de toda a exploração enquanto não for encontrada uma solução para a divisão de Chipre.

Em fevereiro, a marinha turca impediu um navio fretado pela companhia energética italiana Eni de alcançar o bloco número 3 para realizar prospeções. O navio foi forçado a abandonar as águas cipriotas.

A UE condenou as "ações ilegais" da Turquia ao largo de Chipre após o bloqueio do navio.

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