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Parlamento espanhol aprova exumação do corpo do ditador Francisco Franco

O parlamento espanhol aprovou hoje a proposta do Governo socialista a autorizar a exumação dos restos mortais do ditador Francisco Franco do mausoléu no Vale dos Caídos, arredores de Madrid.

Parlamento espanhol aprova exumação do corpo do ditador Francisco Franco
Notícias ao Minuto

15:23 - 13/09/18 por Lusa

Mundo Espanha

A decisão foi tomada por 172 votos a favor, dois contra e 164 abstenções, entre as quais as dos deputados do Partido Popular (direita) e Cidadãos (direita liberal).

Depois da sua chegada ao poder no início de junho, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, revelou a sua determinação em transferir os restos mortais do ditador para fora do Vale dos Caídos, que se transformaria num local de "reconciliação" nacional.

"Justiça. Memória. Dignidade, Hoje, a Espanha dá um passo histórico [...]. Hoje, a nossa democracia está melhor", reagiu Pedro Sánchez através da sua conta na rede social Twitter.

Francisco Franco Bahamonde foi um militar espanhol que integrou o golpe de Estado que, em 1936, marcou o início da Guerra Civil Espanhola, tendo exercido desde 1938 o lugar de chefe de Estado até morrer em 1975, ano em que se iniciou a transição do país para um sistema democrático.

Em nome de uma suposta "reconciliação" nacional, Franco transferiu a partir de 1959 os restos mortais de 37.000 vítimas - nacionalistas e republicanos - da guerra civil, para o local que é visto como exaltador da ditadura franquista.

A vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, defendeu o fim de "uma anomalia extraordinária que consiste em ter um ditador num mausoléu do Estado e num local onde pode ser exaltado".

"Não haverá respeito, honra ou concórdia enquanto os restos de Franco estiverem no mesmo lugar das vítimas", disse Carmen Calvo.

Entretanto, o Governo espanhol indicou sua intenção de completar a exumação do corpo do ditador até ao fim do ano.

A Fundação Franco e os seus descendentes, que perentoriamente se opõem à exumação, já avisaram que iriam utilizar "todos os meios legais" para se oporem à operação, mas admitiram, no final de agosto, que aceitariam os restos do corpo se esta fosse levada a cabo.

A esquerda espanhola reivindica justiça para as vítimas da guerra civil e da repressão, milhares dos quais ainda estão enterradas em valas comuns espalhadas por todo o país.

Os conservadores do Partido Popular, que se abstiveram na votação de hoje, acusam a esquerda estar a reabrir as feridas de um passado doloroso.

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