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França reconhece recurso à tortura durante guerra da Argélia

O Presidente Emmanuel Macron vai reconhecer hoje que a França utilizou durante a guerra da Argélia (1954-1962) um "sistema" que incluiu a "tortura" e que provocou a morte do opositor comunista Maurice Audin, anunciou o Eliseu.

França reconhece recurso à tortura durante guerra da Argélia
Notícias ao Minuto

13:45 - 13/09/18 por Lusa

Mundo Emmanuel Macron

O chefe de Estado francês entregará uma declaração nesse sentido à viúva de Maurice Audin e anunciará a "abertura dos arquivos sobre a questão dos desaparecidos civis e militares, franceses e argelinos".

A guerra da Argélia é um dos assuntos mais dolorosos da história recente de França.

Militante comunista favorável à independência argelina, Maurice Audin, matemático de 25 anos, foi detido em sua casa em Argel a 11 de junho de 1957 por militares, por suspeita de acolher membros da célula armada do Partido Comunista da Argélia. Foi torturado em várias ocasiões numa casa no bairro El Biar, em Argel.

Dez dias mais tarde, Josette Audin é informada oficialmente de que o seu marido fugiu durante uma transferência. Esta será a versão oficial até 2014, quando o Presidente François Hollande declarou que "Audin não fugiu", foi "morto durante a sua detenção".

A guerra de independência argelina, cujo balanço é incerto devido aos desaparecimentos, é fonte de numerosos traumas para uma parte da sociedade francesa.

Com o reconhecimento de um caso particular, Emmanuel Macron abre caminho a um reconhecimento mais alargado.

"Dado que o desaparecimento de Maurice Audin resulta de um sistema, ele não foi um acidente, não foi um erro (...) Através do reconhecimento das responsabilidades do Estado no desaparecimento de Maurice Auden não são reconhecidas, por consequência, as responsabilidades do Estado em todos os desaparecimentos daquele ano de 1957 em Argel?", questionou a historiadora francesa Sylvie Thénault, autora de uma "História da guerra da independência argelina".

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