União Europeia preocupada com eleições legislativas no Gabão
A União Europeia (UE) apelou hoje às autoridades do Gabão para que garantam "um processo eleitoral equitativo", admitindo apreensão por "tendências preocupantes" no período que antecede as legislativas, previstas para outubro.
© Getty Images
Mundo Outubro
"Nós estamos (...) preocupados pelo facto de o período pré-eleitoral se ter caracterizado por tendências preocupantes, com as autoridades a impedirem sistematicamente comícios ou ações de protesto, bem como a suspensão temporária dos dois principais jornais da oposição", disse a UE, num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse (AFP).
"Exortamos o Governo a garantir um processo eleitoral equitativo, inclusivo e transparente, que proporcione resultados credíveis", acrescentou Bruxelas, nesta posição, assumida na terça-feira em Genebra, durante a 39.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Sucessivamente adiadas, as eleições legislativas no Gabão estão previstas para o próximo mês.
Estas eleições são as primeiras desde as presidenciais de 2016, que deram lugar a episódios de violência após o anúncio da vitória do Presidente cessante, Ali Bongo Ondimba, no poder desde 2009, uma reeleição contestada pelo seu principal adversário, Jean Ping.
No seu comunicado, a UE refere que a violência "nunca foi objeto de uma investigação por parte das autoridades" e conduziu a detenções que "ainda se mantêm, dois anos depois".
Em 31 de agosto, o opositor Jean Ping e os seus apoiantes recordaram as vítimas da violência pós-eleitoral do verão de 2016.
Segundo o balanço oficial das autoridades, a violência causou a morte a quatro civis, por arma branca, e a um polícia, por ferimentos de bala, mas a oposição reclama ter identificado cerca de 30 mortos, a maioria por balas, enquanto a sociedade civil fala em cerca de 300 mortos.
No seu relatório da missão de observação eleitoral, a União Europeia referiu, à época, "anomalias que colocavam em causa" o resultado do escrutínio.
Ping, que anunciou um boicote às legislativas, mas em que participaram muitos dos seus antigos apoiantes, ainda contesta o resultado da eleição de 2016 e considera-se o Presidente eleito.
A campanha eleitoral deverá começar no próximo dia 25, terminando em 05 de outubro, um dia antes da primeira volta. A segunda volta está prevista para 27 de outubro.
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