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Lula deu o 'ok', o PT aprovou e Haddad é mesmo candidato às presidenciais

Partido dos Trabalhadores reuniu-se esta terça-feira e decidiu, por unanimidade, que Fernando Haddad vai substituir Lula da Silva como candidato do partido para as próximas presidenciais. Carta enviada por Lula da Silva foi importante para conter eventual oposição interna no partido.

Lula deu o 'ok', o PT aprovou e Haddad é mesmo candidato às presidenciais
Notícias ao Minuto

18:51 - 11/09/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Brasil

O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou por unanimidade o nome de Fernando Haddad como novo candidato do partido às presidenciais de outubro, avançam a Folha de São Paulo e o portal UOL. 

A cúpula do partido reuniu-se esta terça-feira, em Curitiba, para decidir os próximos passos a dar na campanha para as presidenciais, isto no dia em que termina o prazo para que o partido substitua Lula da Silva como o seu candidato, uma vez que a candidatura do ex-presidente foi inviabilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral no âmbito da Lei da Ficha LImpa. 

A decisão do PT põe assim fim a vários meses de impasse. Apesar de ter sido condenado a 12 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, e de estar preso desde abril, Lula da Silva e o seu partido nunca desistiram da candidatura, apoiada pelas sondagens que o colocavam como favorito à vitória. 

No entanto, após esticar a corda o máximo que conseguiu, o PT acabou mesmo por ceder e avançar com o 'número dois' da lista do partido. Haddad, que também enfrenta a justiça, terá Manuela D'Ávila, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), como sua 'vice'. 

A decisão de substituir Lula por Haddad, contudo, não é consensual no partido. A ala mais próxima de Gleisi Hoffmann, presidente do partido, queria prolongar o caso na justiça pelo menos mais uma semana, uma política que não agradava aos apoiantes de Haddad, que temiam que o agora candidato continuasse ofuscado nas ações de campanha. 

Para impedir qualquer tipo de cisão no partido, Lula da Silva, conforme dá conta a Folha, tratou de enviar uma carta aos trabalhistas, em que realçou que, apesar da "injustiça" de a justiça o impedir de ir a votos, é fundamental o partido "dar continuidade" ao seu projeto político. O seu ex-ministro da educação foi, desde o início, a sua escolha pessoal, apesar de o candidato ser algo desconhecido em determinadas zonas do Brasil e de também não ser consensual no partido. 

Um candidato (ainda) desconhecido 

Enquanto era apresentado como candidato do PT às presidenciais, Lula da Silva liderou sempre as sondagens, que o colocavam numa segunda volta com o candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, de extrema-direita. Ora, com Haddad no lugar de Lula, o cenário é bastante diferente. 

A última sondagem, já sem Lula no boletim, coloca Bolsonaro em primeiro lugar (24% das intenções de voto), ao passo que Haddad não vai além dos 9%. Numa hipotética segunda volta em que se defrontassem os candidatos do PT e do PSL, o cenário desta sondagem colocava os candidatos em empate técnico. Noutros cenários, Bolsonaro é sempre derrotado numa segunda ronda, seja contra Marina Silva, Ciro Gomes ou Geraldo Alckmin.

Apesar de estar a subir nas sondagens, o cenário não é totalmente animador para Haddad, que terá agora de se dar a conhecer, em poucas semanas, ao vasto e complexo eleitorado brasileiro. O PT acredita que com o apoio vincado de Lula as intenções de voto no ex-prefeito de São Paulo podem subir, mas tal não é um dado adquirido. Os próximos episódios da campanha para o Planalto serão decisivos e prometem fazer correr muita tinta.  

[Notícia atualizada às 19h15]

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