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Áustria aconselha ONU a dedicar-se a Estados onde se pratica tortura

O chanceler da Áustria disse esperar que, depois da inspeção à situação dos imigrantes no seu país, anunciada hoje pela alta comissária dos Direitos Humanos, a ONU "volte a dedicar-se" a Estados onde se pratica a tortura.

Áustria aconselha ONU a dedicar-se a Estados onde se pratica tortura
Notícias ao Minuto

16:33 - 10/09/18 por Lusa

Mundo Sebastian Kurz

"Acolhemos a inspeção ordenada pela nova comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas e ex-política socialista, assim como membro da Internacional Socialista", disse Sebastian Kurz.

Kurz reagia, em comunicado, ao anúncio da nova responsável pela agência das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que, no seu primeiro discurso perante o Conselho de Direitos Humanos anunciou que irá enviar à Itália e Áustria missões para avaliar a situação da imigração.

O chanceler austríaco adiantou que as condições de vida dos migrantes na Áustria "são tão boas como em quase nenhum outro país" e que, a seguir à Suécia, a Áustria foi o Estado europeu que mais refugiados acolheu "per capita".

"Esperamos que, após esta investigação, a ONU volte a ter tempo e recursos para dedicar-se àqueles países onde a tortura e a pena de morte estão na ordem do dia, onde se espezinham as liberdades de imprensa, opinião, reunião e religião", assinalou.

O Governo de Kurz, uma coligação formada pelo conservador Partido Popular e pelo ultranacionalista Partido da Liberdade da Áustria, chegou ao poder em dezembro com a promessa de travar a entrada de refugiados no país e um discurso de endurecimento das políticas de asilo e imigração.

A Áustria foi um dos principais destinos dos milhares de pessoas que chegaram à Europa Ocidental em 2015 e 2016, fugidos, na sua maioria, aos conflitos na Síria, Iraque e Afeganistão, através da rota dos Balcãs, atualmente praticamente encerrada.

Bachelet precisou que, em relação à Áustria, a sua equipa prestará especial atenção à forma como está a ser feita a gestão do repatriamento de imigrantes.

A referência de Kurz à orientação política de Bachelet foi criticada pelo partido da oposição Neos, que considerou que o chanceler "pôs em causa, de forma descarada, a independência" da nova alta comissária.

A Itália tinha já reagido pela voz do ministro do Interior, Matteo Salvini, às declarações de Michelle Bachelet, declarando que o seu país não recebe lições de ninguém em matéria de políticas de imigração.

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas está reunido, em Genebra, até 28 de setembro.

Trata-se da primeira sessão em que Michelle Bachelet participa como nova alta comissária para os Direitos Humanos depois da tomada de posse a 01 de setembro.

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