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ONU fala em "momento da verdade" e alerta para banho de sangue na Síria

Enviado especial da ONU quer sentar à mesa todos os países envolvidos no conflito e apela, particularmente, a que Turquia e Rússia impeçam um banho de sangue em Idlib. Moscovo já retomou bombardeamentos e Damasco admite esperar até 10 de setembro para começar ataque final. Começou a corrida contra o tempo para travar (mais uma) crise humanitária na Síria.

ONU fala em "momento da verdade" e alerta para banho de sangue na Síria
Notícias ao Minuto

17:10 - 04/09/18 por Pedro Bastos Reis

Mundo Staffan de Mistura

Ao contrário do que tem sido habitual nos últimos tempos, as Nações Unidas juntaram-se a Donald Trump e alertaram para o possível banho de sangue que se avizinha em Idlib, na Síria.

Em declarações aos jornalistas a partir de Genebra, Staffan de Mistura fez eco das palavras do presidente dos Estados Unidos, que na segunda-feira alertou Damasco, Teerão e Moscovo para a “potencial tragédia humana” de uma futura ofensiva em Idlib, um dos últimos bastiões das oposição a Bashar al-Assad, e insistiu na necessidade de os atores da guerra da Síria se sentarem à mesa para dialogar.

“Espero que nada de dramático aconteça em Idlib. Continuamos a acreditar que o processo de paz não deve ser refém de nada, de outra forma, vai haver sempre uma desculpa usado por alguém para o adiar”, disse o enviado especial da ONU para a Síria, citado pelo The Guardian.

Staffan de Mistura revelou que pediu à Turquia, apoiante de alguns grupos rebeldes em Idlib, e à Rússia e ao Irão, aliados de Assad, para se sentarem à mesa nos próximos dias 10 e 11 de setembro para discutirem a composição de comité constituído com o objetivo de rever a constituição síria. Três dias depois, Staffan de Mistura espera sentar também à mesa Reino Unido, Estados Unidos, Arábia Saudita, Jordânia, Alemanha e Egito.

Para o responsável da ONU, estes encontros são “o momento da verdade” para perceber até que ponto os intervenientes na guerra da Síria querem, realmente, uma solução credível para o país, isto numa altura em que milhões de refugiados sírios estão num impasse, sem saber se podem ou não regressar a casa. Staffan de Mistura espera levar o resultado dos encontros entre os diversos países à Assembleia Geral da ONU, marcada para 20 de setembro.

A maior preocupação do enviado especial da ONU para a Síria é que Turquia e Rússia não sejam capazes de parar o inevitável banho de sangue caso a ofensiva contra Idlib avance. Moscovo fala naquela província como um “ninho de terroristas”, referindo-se aos cerca de 30 mil combatentes jihadistas que foram identificados na zona.

No entanto, como nota a ONU, Idlib é também refúgio para cerca de três milhões de pessoas, muitas delas que fugiram para aquela província após os bombardeamentos russos e de Damasco. O escalar dos bombardeamentos e da ofensiva militar na zona pode, por isso, ter consequências devastadoras e gerar uma crise humanitária. 

Os ataques aéreos russos foram retomados esta terça-feira, causando a morte de pelo menos nove civis, o que faz antever uma ofensiva em larga escala para breve. De acordo com a Reuters, o governo sírio poderá esperar até ao próximo dia 10 de setembro para iniciar o ataque final a Idlib, aguardando pelo resultado da cimeira da próxima sexta-feira, em Teerão.

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