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Democratas exigem adiamento da audição do candidato de Trump ao Supremo

Os democratas exigiram hoje o adiamento da audição do candidato de Donald Trump ao Supremo Tribunal norte-americano, Brett Kavanaugh, cuja nomeação dará a esta instituição fundamental um cunho fortemente conservador nas próximas décadas.

Democratas exigem adiamento da audição do candidato de Trump ao Supremo
Notícias ao Minuto

16:05 - 04/09/18 por Lusa

Mundo processo

O início da audição pública do candidato do Presidente norte-americano ao Supremo Tribunal estava agendado para hoje.

"Peço um adiamento", declarou o senador democrata do Estado do Connecticut, Richard Blumenthal, interrompendo o líder republicano da Comissão Judicial do Senado (câmara alta do Congresso norte-americano), o senador Chuck Grassley, no início dos trabalhos da audição pública.

Blumenthal justificou o pedido com a chegada tardia de dezenas de milhares de documentos, cerca de 40 mil, necessários para o processo de avaliação do candidato apontado por Trump.

Um pedido que foi secundado por outros senadores democratas, que alegaram não ter tido tempo suficiente para analisar a documentação.

"Estamos a apressar este processo de uma forma que é desnecessária", declarou, por sua vez, o senador democrata de Nova Jérsia, Corey Booker.

"Estão a aproveitar-se da minha decência e integridade", reagiu o senador republicano Chuck Grassley.

O pedido dos representantes democratas suscitou aplausos e gritos de manifestantes que estavam dentro da sala da audição.

Segundo o relato da agência norte-americana Associated Press (AP), um dos manifestantes gritou: "Um presidente ilegítimo não pode fazer uma nomeação vitalícia para o Supremo Tribunal".

O Senado tem a última palavra sobre as nomeações vitalícias para o Supremo Tribunal, que emite decisões sobre questões fraturantes: aborto, controlo de armas, comparticipação de saúde, casamento para todos, peso dos sindicatos, entre outras.

É a mais alta instância judicial nos Estados Unidos.

Kavanaugh foi nomeado por Trump a 09 de julho para ocupar o lugar de magistrado do Supremo Tribunal deixado vago após o anúncio da jubilação do conservador moderado Anthony Kennedy.

A sua nomeação causou muita controvérsia nos setores mais liberais da sociedade norte-americana, que apontaram o juiz como uma ameaça aos direitos e liberdades fundamentais.

Entretanto, dias antes da audiência de confirmação, Trump impediu a entrega à Comissão Judicial do Senado de mais de 100.000 páginas de informação sobre o seu candidato.

A decisão da Casa Branca de não divulgar a informação - coligida durante os mandatos do ex-presidente George W. Bush (2001-2009) e analisada por uma equipa de advogados daquele Presidente e, agora, pela atual Administração -- foi comunicada numa carta enviada a 31 de agosto à Comissão Judicial do Senado norte-americano.

Ex-conselheiro de George W. Bush na Casa Branca, Brett Kavanaugh preside há uma década ao Tribunal de Recursos do Distrito de Colúmbia, em Washington, e antes disso, no final dos anos 1990, participou nas investigações do procurador Kenneth Starr sobre a relação extraconjugal do então Presidente Bill Clinton com Monica Lewinsky.

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