Com apenas um quarto do útero, mulher consegue dar à luz. "Milagre"
Sonho da jovem escocesa tornou-se realidade, mesmo quando tudo apontava para que tal nunca fosse ser possível.
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Mundo Escócia
Hayle Myles é uma mulher de 24 anos que, como tantas outras, tinha o sonho de ser mãe. Mas no ano passado, a jovem viu esse sonho fugir-lhe, ou pelo menos, foi nisso que acreditou.
Tudo começou quando começou a ter dores terríveis durante a menstruação e longas hemorragias vaginais. Tinha então 20 anos. Uma consulta a um ginecologista logo esclareceu o que se passava: Hayle sofria de endometriose e tinha tecido do útero a crescer do lado de fora do ventre.
Os sintomas agravaram-se e quatro anos depois a jovem teve que escolher entre viver todo o seu período fértil com dores que a impediam de sequer conseguir andar ou ser mãe.
A escolha não foi fácil, mas o desejo por uma vida de qualidade prevaleceu e Hayley submeteu-se a uma intervenção cirúrgica, contando sempre com o apoio do namorado.
O casal, que vive em South Lanarkshire, na Escócia, ultrapassou aquele foi o pior momento da sua vida. A histerectomia a que Hayley foi submetida, em fevereiro de 2017, deixou-a apenas com metade de um ovário e um quarto do útero.
Foi uma decisão muito dura, com muitas lágrimas à mistura. Sempre que via crianças na rua ou mulheres grávidas ficava logo triste
Porém, seis meses depois da operação tudo mudou. A jovem começou a sentir fortes náuseas e logo pensou que seria alguma infeção. No entanto, e contra todas as expetativas, inclusivamente as dos médicos, Hayley descobriu que havia engravidado.
“Desfiz-me em lágrimas. Fiquei em tamanho estado de choque que durante 24 horas não contei a ninguém, nem mesmo ao Ryan [companheiro]”, conta a jovem, revelando que só ao fim do quinto teste de gravidez é que decidiu contar ao namorado.
“Ele também ficou em choque, tanto que nem conseguia falar”, recorda.
O período de gestação não foi fácil. Hayley teve dores, hemorragias e até um deslocamento da placenta. Face à condição física da jovem grávida e por esta representar um perigo para o bebé, os médicos induziram o parto três semanas antes do que estava previsto.
Mais uma vez contra todas as expetativas, Hayley deu à luz uma menina, Ava, sem ser necessário recorrer a uma cesariana. Mas não foi fácil, pois surgiram diversas complicações durante o parto que colocaram em risco a vida de mãe e filha. Aliás, a menina precisou de passar dois dias numa incubadora devido a dificuldades respiratórias.
Agora, seis meses volvidos do nascimento de Ava, Hayley não cabe em si de tanta felicidade e descreve tudo o que aconteceu como um “milagre”.
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