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Homicídio: Polícia suspeita de ligações à extrema-direita de Chemnitz

As autoridades da Saxónia, leste da Alemanha, responsabilizaram hoje membros da polícia pela divulgação na Internet do mandado de captura de um suspeito de homicídio em Chemnitz, na origem de atos de violência de simpatizantes da extrema-direita.

Homicídio: Polícia suspeita de ligações à extrema-direita de Chemnitz
Notícias ao Minuto

15:32 - 29/08/18 por Lusa

Mundo Autoridades

Em causa está a fuga de informação que permitiu a grupos extremistas divulgarem na Internet o mandado de detenção de um iraquiano suspeito da morte de um alemão, que contribuiu para alimentar a violência.

O ministro do Interior do Governo federal, Horst Seehofer, qualificou hoje a fuga de informação do mandado, coberto pelo segredo de justiça, de "absolutamente inaceitável".

"Quando ouço que o mandado foi provavelmente passado pela polícia à extrema-direita temos um grande problema para resolver", disse, horas antes, o vice-primeiro-ministro do governo regional da Saxónia, o social-democrata Martin Dulig, a uma rádio regional.

"Tem de ser claro que algumas coisas na polícia não vão ser toleradas", acrescentou. "Não é possível que polícias pensem que podem divulgar coisas que sabem que são um delito".

As autoridades alemãs confirmaram hoje que é autêntico o mandado de detenção divulgado na internet.

A Procuradoria de Desden, a capital da Saxónia, abriu um inquérito para "esclarecer o mais rapidamente possível" os factos.

Segundo a televisão pública alemã ARD, o documento foi divulgado por um grupo local de extrema-direita, o Pro-Chemnitz, que depois o retirou, por uma secção local do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e pelo grupo Pegida (sigla em alemão para "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente").

O documento continha não apenas o nome do suspeito como também de testemunhas, assim como o nome da juíza encarregada do processo, além de pormenores sobre as circunstâncias do crime.

O iraquiano, de 22 anos, e um alegado cúmplice, um sírio, de 23, são suspeitos de matar à facada um alemão de 35 anos na noite de sábado para domingo em Chemnitz, cidade da Saxónia.

O mandado não menciona o motivo do crime, mas a polícia já desmentiu rumores segundo os quais a vítima foi atacada por ter defendido uma mulher que estava a ser sexualmente agredida pelos suspeitos.

O homicídio deu origem, no domingo, a uma "caça aos estrangeiros" organizada por simpatizantes de extrema-direita nas ruas de Chemnitz, a que se seguiu, na segunda-feira, uma contramanifestação da extrema-esquerda na qual se registaram confrontos que causaram 20 feridos, entre as quais dois polícias.

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