Puigdemont 'pisca o olho' a Sánchez e quer retomar diálogo em setembro
Madrid e Barcelona têm estado de costas voltadas, mas o ex-presidente catalão parece disposto a dar indicações a Quim Torra, presidente efetivo da Generalitat, para retomar conversações com o governo do PSOE.
© Reuters
Mundo Catalunha
O ex-presidente da Generalitat (governo catalão) Carles Puigdemont manifestou este domingo a sua disponibilidade para debater o direito de autodeterminação do povo catalão com o líder do governo espanhol, Pedro Sánchez.
O líder do Juntos pela Catalunha, a residir em Bruxelas como forma de fugir à justiça espanhola que o quer julgar por rebelião, deslocou-se à Escócia para participar numa conferência sobre o futuro da Catalunha e da Europa, e, no palco do fórum internacional Beyond Borders [para além das fronteiras], ‘piscou o olho' a Sánchez.
“Sánchez tem a oportunidade de explicar, não só de usar um novo vocabulário e mudar o clima político, que obviamente mudou de forma positiva, mas também de fazer algo concreto e de pôr algo claro sobre a mesa para permitir uma discussão política sobre o assunto central, que é o direito de autodeterminação”, afirmou Puigdemont, citado pelo La Vanguardia.
Durante o colóquio, realizado em Innerleithen, Puigdemont apontou setembro como o prazo indicado para o início das conversações, uma vez que “começa um novo período político”.
Caso o governo espanhol manifeste disponibilidade para o diálogo, continuou o ex-presidente catalão, “o governo catalão e a sociedade catalã participarão nessa oportunidade”. “É a nossa prioridade”, garantiu Puigdemont perante o auditório, naquela que foi a sua primeira saída da Bélgica desde que foi retirado o mandado de detenção europeu em seu nome.
Puigdemont sublinhou ainda que é necessário “não demonizar ninguém” de forma que “toda a gente se sinta livre para poder defender o que quiser e que ninguém tenha de ser acusado de rebelião por defender ideias democráticas”.
A situação política na Catalunha estabilizou depois de Quim Torra ter sido eleito presidente, isto depois de vários meses de indefinição e de tentativas falhadas para formar um governo independentista.
Para além disso, o executivo espanhol liderado por Mariano Rajoy, do Partido Popular, afincadamente contra qualquer tentativa de independência da Catalunha, foi derrubado por uma moção de censura apresentada pelo PSOE.
O partido do agora primeiro-ministro espanhol também é contra a independência catalã, mas tem demonstrado um pouco mais de abertura ao diálogo, algo que praticamente não existiu durante os governos de Mariano Rajoy e de Carles Puigdemont.
Quim Torra e Pedro Sánchez deverão retomar o diálogo brevemente, apesar de não se adivinhar uma solução fácil. Nesse sentido, para esta segunda-feira está marcada uma reunião, em Waterloo, entre Puigdemont e Torra, em que o ex-presidente catalão deverá definir o rumo das negociações com Madrid.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com